Inimigos do povo, bancos pressionam por revisão de juros do empréstimo consignado

Após diminuição das taxas, instituições financeiras reduzem concessão de financiamentos para aposentados e pensionistas. Governo afirma que não mudará regras

Marcelo Camargo Agência Brasil

De acordo com o ministro Lupi, juros acessíveis a quem mais precisa são uma prioridade do governo

Como sugere o título do filme clássico Matadores de Velhinhas, os bancos voltam a demonstrar pouco apreço por aposentados e pensionistas do INSS que dependem do crédito consignado para ter uma vida mais digna. A novidade agora é que as instituições financeiras estão pressionando o governo e o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, a reavaliar – para cima, evidentemente – o teto de juros para essa modalidade de empréstimo.

Desde março de 2023, o Ministério da Previdência tem promovido diminuições nessas taxas, que passaram de 2,14% para 1,66% ao mês, chegando a um total de 21,84% ao ano. A medida visa aliviar o peso das dívidas sobre os beneficiários, muitas vezes alvos fáceis de valores abusivos.

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Os bancos afirmam que a redução dificultou a concessão de novos empréstimos, pois teria havido aumento dos custos de captação de recursos, e ameaçam travar o crédito. Contudo, Lupi declara que na realidade o número de operações cresceu 38%, em comparação ao mesmo período do ano passado. Desse modo, a gritaria das instituições não seria justificada.

Juro baixo é política governamental

“A política de não ter aumento da taxa de juros e, se possível, até diminuição, é uma política governamental para favorecer quem mais precisa, no seu momento mais difícil, que são os aposentados e os pensionistas”, explicou o ministro. Segundo ele, o objetivo do governo é transferir a queda da Selic para os beneficiários do INSS, garantindo que tenham uma vida financeira mais equilibrada.

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Ao contrário do que os bancos afirmam, esses empréstimos consignados são vantajosos, pois trazem juros anuais de 21,84% em operações de baixo risco, já descontadas em folha de pagamento. Essa taxa é mais do que o dobro da Selic, atualmente em 10,5%. “Quando é conveniente, quando (os juros) aumentam, eles (os bancos) acham que é bom. Quando a taxa (Selic) começa a baixar ou estabiliza, eles não acham bom. Eu quero entender isso. Tenho dificuldade de entender essa duplicidade, essa interpretação”, afirmou Carlos Lupi, afastando qualquer possibilidade de mudança nas atuais regras de financiamento.

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A política de redução dos juros do crédito consignado é uma bandeira do governo e uma conquista para os aposentados e pensionistas do INSS. As medidas de proteção e regulação do mercado financeiro permitem oferecer melhores condições de empréstimos, garantindo um futuro mais digno e seguro para os beneficiários.

Da Redação, com O Globo

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