Deputadas federais do PT celebram o 20 de novembro
No Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, as companheiras Benedita da Silva, Reginete Bispo e Denise Pessôa exaltam a memória do povo negro brasileiro e a importância da data
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No Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, as deputadas federais Benedita da Silva (PT-RJ), Reginete Bispo (PT-RS) e Denise Pessôa (PT-RS) comentaram a importância da data que, pela primeira vez, é celebrada como feriado nacional.
O 20 de novembro foi instituído oficialmente pela Lei 14.759/23, e marca a memória do dia da morte de Zumbi dos Palmares, último líder de um dos maiores quilombos do Brasil.
Para a relatora da matéria na Câmara dos Deputados, Reginete Bispo, o feriado do Dia da Consciência Negra representa a história de luta e resistência de um povo contra a escravidão, contra a dominação. “Ele representa a história do povo brasileiro, do povo negro, na medida em que somos 64% da população brasileira. O Brasil é uma grande nação preta. Por isso, resgatar o 20 de novembro é resgatar a história de Zumbi dos Palmares, essa figura que lutou contra a escravidão. E que liderou Quilombo dos Palmares, a maior organização no período colonial de luta contra o racismo. Isso é importante para nós, negros e negras, é importante para o Brasil saber que na nossa história, lá no período colonial, existiam homens e mulheres valorosos e corajosos que lutaram contra o colonialismo, que lutaram contra a escravidão. Então 20 de novembro é dia de Zumbi dos Palmares, é dia de Dandara, é dia de Tereza, de Benguela, é dia de todos e todas aquelas que lutam por justiça e por liberdade no nosso país. Eu tenho a honra de poder ter sido a relatora do projeto de lei na Câmara dos Deputados, que instituiu o 20 de novembro e, por isso, peço a todos e a todas que celebrem a luta, a nossa organização”, ressaltou.
A coordenadora da Bancada Feminina da Câmara, Benedita da Silva, relembra que, após muita luta de todo o movimento negro no país, o 20 de novembro entra oficialmente para o calendário e vira feriado nacional. “Feriado nacional para se conscientizar sobre a estética negra, o reconhecimento das culturas originárias do continente africano e a promoção da autoestima das comunidades negras. Feriado nacional para se conscientizar sobre o avanço das políticas públicas para as pessoas negras, o enfrentamento das violações de direitos da população afrodescendente e o combate a todo e qualquer tipo de racismo ao nosso redor. Viva Zumbi! Viva Dandara! Viva o feriado nacional pelo Dia da Consciência Negra!”
Denise Pessôa destaca com orgulho ser a primeira mulher negra eleita deputada federal da Serra Gaúcha, e uma das primeiras do Rio Grande do Sul. “Tenho orgulho e também entendo a responsabilidade de representar não só a minha comunidade, mas todas as mulheres negras que, assim como eu, enfrentam desafios diários para ocupar espaços que historicamente foram negados. No mês da consciência negra, a reflexão sobre igualdade racial se torna ainda mais urgente, mas, para mim, essa pauta é uma luta permanente do nosso mandato. No PT, temos um papel fundamental na ampliação da participação das mulheres negras na política, com candidaturas e a garantia de cargos de liderança dentro do PT e em governos e instituições. O partido deve continuar a fortalecer a representatividade de mulheres negras, em especial nos espaços de decisões partidárias, garantindo que nossas vozes sejam ouvidas e respeitadas”.
Como surgiu o Quilombo dos Palmares
Localizado na serra da Barriga, sertão de Alagoas, Palmares foi a mais importante comunidade quilombola do Brasil e da América Latina. Sua formação ocorreu no início do século XVII, quando um grupo de pessoas escravizadas fugiu de um engenho ao sul da capitania de Pernambuco. O quilombo foi o primeiro estado livre nas terras da América, um estado africano pela forma como foi organizado e pensado, tanto do ponto de vista político quanto militar, sociocultural e econômico. Palmares vivia da caça, pesca, agricultura, desenvolvendo também recursos artesanais, incluindo a metalurgia conhecida na África.
Da Redação do Elas por Elas