Lula e Dilma admitem 355% mais servidores do que FHC
Governo federal admitiu 234.988 servidores públicos entre 2003 e junho de 2014. Com FHC, foram 51.613
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O fortalecimento dos órgãos públicos é uma das marcas dos governos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da presidenta Dilma Rousseff, que admitiram 355% mais servidores públicos do que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). De acordo com o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, entre 2003 e junho de 2014, o governo federal admitiu 234.988 novos servidores públicos. Entre 1995 e 2002, período de FHC, foram 51.613.
Somente em 2010, por exemplo, foram admitidos 36,6 mil novos funcionários públicos. Em 2001, último ano de gestão de Fernando Henrique, 660 pessoas ingressaram no governo federal por meio de concursos públicos.
Período FHC X Período Lula-Dilma Situação Ingressos por Área |
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Contratações | 1995-2002 | 2003-2014 |
Professores Universitários e Técnicos Administrativos | 13.595 | 128.372 |
Médicos e Técnicos do INSS | – | 15.187 |
Pessoal de Auditoria e Regulação | 6.615 | 12.728 |
Policiais Federais | 2.584 | 5331 |
Pessoal de Ciência e Tecnologia | 1.979 | 8.574 |
O aumento da oferta de vagas por meio de concursos públicos possibilitou a recomposição dos quadros e o aprimoramento da administração pública federal. Ainda segundo o Ministério, a partir de 2003, a liderança dos concursos ficou com a área da educação. Desde então, foram admitidos 128 mil novos professores e/ou técnicos administrativos, que possibilitaram a expansão dos Institutos Federal de Educação, Ciência e Tecnologia e de Instituições Federais de Ensino Superior.
Vale lembrar, ainda, que Lula e Dilma criaram 422 escolas técnicas e 18 universidades federais, além de mais de 170 novos campi universitários. No governo tucano, entraram no governo 13,5 mil professores universitários e técnicos administrativos. Naquela época, era proibido criar escolas técnicas no País.
Além disso, a segurança pública e as agências reguladoras também foram beneficiadas com novos concursos nas gestões do PT na Presidência da República. São mais de 5,3 mil novos delegados, agentes e peritos, entre outros profissionais, e 12,7 mil novos servidores nas agências reguladoras, Receita Federal e no Ministério do Trabalho e Emprego.
Os concursos públicos na área da saúde, antes esquecidos, voltaram à pauta desde 2003. O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que conta com 1,4 mil agências em todo País, recebeu 15,1 mil novos médicos e técnicos.
O professor de um curso preparatório para concursos Tiago Pugsley, afirma não ter dúvidas em relação ao aumento da quantidade de vagas e cargos em concursos públicos nos últimos anos. “Tivemos, inclusive, vários concursos que foram os primeiros das carreiras, como analista da Defensoria Pública, e teremos em breve para o Conselho Nacional do Ministério Público”, explica.
Ele defende o ingresso de servidores no governo por concurso como forma de fortalecer o Estado e os órgãos públicos. “Um servidor público concursado é uma pessoa mais gabaritada que os terceirizados. A qualidade do serviço prestado para o servidor público é um serviço de excelência”, garante Pugsley.
Mais oportunidades – A grande oferta de vagas para concursos públicos é vista diariamente pelos estudantes. Para Hudson Martins, “concurseiro” há dois anos, a possibilidade dos tucanos retornarem ao comando do governo federal não é vista com bons olhos.
“Eles têm planos de enxugar a máquina. Hoje a gente tem um país que precisa de funcionário público, ainda temos falta de funcionários. Eles podem prejudicar, sim, o andamento dos concursos no Brasil”, explica Martins.
A advogada Karine Borghetti conta que trabalhou em uma banca organizadora de concursos e presenciou, de perto, o aumento da oferta de vagas pelo governo federal. “Acompanhei a quantidade de vagas para concursos crescendo durante um bom período. Hoje, há grandes oportunidades nesta área, inclusive para os profissionais da saúde”, ressalta Karine.
Ela também acredita que a evolução dos concursos públicos, conquistada durante os governos de Lula e Dilma, pode sofrer retrocesso em uma possível gestão de Aécio Neves (PSDB).
“A forma do Aécio governar é com privatização e isso pode interferir nesse processo, porque eles acreditam que os concursados não fazem nada. É importante lembrar que o servidor cumpre obrigações determinadas por lei”, destaca a advogada.
Por Mariana Zoccoli, da Agência PT de Notícias
(Junho/14)