Professores não podem criticar escolas mineiras na TV

Justiça eleitoral de Minas proíbe campanha do Sindicato dos Professores que mostra o cenário trágico da rede estadual de educação

O Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG) proibiu o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação do estado (SindUTE/MG) a divulgar campanha sobre a situação da educação em Minas. De acordo com a Coordenadora-geral do sindicato, Beatriz Cerqueira, as 23 representações contra a campanha foram feitas pela coligação do PSDB, partido de Aécio Neves.

“A campanha não cita partido político, nome de nenhum político ou candidato. A gente não cita, sequer, o nome do atual governador do Estado. Só falamos do Governo de Minas, e mesmo assim ela está proibida”, conta Cerqueira.

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Para Beatriz, as campanhas são de esclarecimento à população

Segundo ela, as campanhas são de esclarecimento à população. Mostram os problemas enfrentados pela categoria como o piso salarial, que não é pago aos professores, a estrutura e a falta de vagas nas escolas estaduais. “Todos os anos a gente faz esse tipo de campanha. Essa teve o mesmo objetivo: conversar com a população e falar desses problemas”.

Cerqueira atribui a proibição da campanha à relação de Aécio Neves com os órgãos de fiscalização do estado. Para ela, instituições que deveriam investigar as acusações contra o governo agem de acordo com os interesses dele, pois Minas está há 12 anos nas mãos do PSDB.

“Aqui em Minas existe, há bastante tempo, uma hegemonia construída pelo PSDB envolvendo Tribunal de Contas, Tribunal de Justiça, Ministério Público e os grandes meios de comunicação”, disse. “Eles blindam o governo para que a população não tenha acesso à realidade”.

A peça também denuncia a falta de repasse do investimento mínimo em Educação, de 25%, determinado pela Constituição Federal. O porcentual representa mais de R$ 8 bilhões, que deixaram de ser aplicados na área.

“Quando você o Tribunal de Contas, aprovar as contas do governador que não investiu o mínimo constitucional nem em saúde e nem em educação; a Assembleia Legislativa negar, em 12 anos, a investigação de 12 CPIs sobre problemas no governo, percebe que essa hegemonia foi muito bem construída pelo Aécio”.

Estrutura – O sindicado já denunciou a situação de algumas escolas estaduais. Uma, segundo Cerqueira, funciona em um posto de gasolina; outra, em um motel desativado. “O sindicato fez uma denúncia pública sobre isso. As providências cabem ao Ministério Pública e ao governo, mas ninguém faz nada”, conta a coordenadora.

Faltam refeitórios e quadra de esportes em metade do ensino médio e fundamental. Em quase todos os programas eleitorais de Aécio, o candidato enaltece a qualidade da educação fundamental do estado. No entanto, somente 35% das crianças conseguem vagas na educação infantil. No ensino médio falta 1 milhão de vagas.

 

Por Aline Baeza, da Agência PT de Notícias

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