Lula: “O governo existe para cuidar das pessoas que mais precisam”
Em entrevista à TV Mirante, presidente reafirma compromisso social e declara que extrema-direita não voltará ao poder no Brasil
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Nesta terça-feira (7), o presidente Lula concedeu uma entrevista à TV Mirante, no Maranhão. Na conversa, tratou de temas como programas sociais, política internacional, habitação popular e alianças políticas. E reafirmou o compromisso do governo com a reconstrução do país e com o cuidado à população mais humilde. “O povo é pobre, mas tem que ser tratado com respeito”.
Na conversa, Lula ressaltou que as medidas sociais do governo garantem dignidade e segurança para milhões de brasileiros. Ele citou a recém-aprovada isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, medida que amplia a renda disponível e reforça a justiça fiscal, beneficiando os trabalhadores que mais enfrentam dificuldades econômicas.
Programas como o Gás do Povo e o Luz do Povo também foram destacados. “Quase 17 milhões de pessoas vão receber gás de graça e quem consome até 80 kWh não pagará mais energia”, explicou, enfatizando que não se trata de assistencialismo, mas de uma política que transforma a vida da população e do país.
“Essas coisas estão acontecendo porque eu fui eleito para cuidar desse povo. Eu não uso a palavra governar, uso cuidar. O governo existe para cuidar das pessoas que mais necessitam.”
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Habitação e retomada de obras paradas
Ao falar sobre o programa Minha Casa, Minha Vida e as entregas de moradias no Maranhão, Lula criticou o abandono de obras após o golpe parlamentar que tirou Dilma do poder, em 2016, e detalhou o esforço do governo em retomar os projetos paralisados.
Para ele, cada conjunto habitacional entregue deve possuir infraestrutura e serviços públicos adequados. “Quando você inaugura um conjunto com 2.870 casas, você está inaugurando uma cidade. É preciso ter transporte, escola, creche, área de lazer, posto de saúde. Ninguém quer morar em chiqueiro, ninguém quer morar em pocilga. As pessoas querem dignidade”. O presidente disse que fará questão de visitar pessoalmente as entregas, para verificar as condições.
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Relação com os Estados Unidos
Como não poderia deixar de ser, Lula comentou a recente videoconferência com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, marcando uma primeira reaproximação depois do tarifaço imposto pelo norte-americano. “Foi uma conversa muito amigável, de dois presidentes de países importantes. Nós temos uma relação civilizada com mais de 200 anos de diplomacia. Era preciso conversar e colocar os problemas na mesa.”
Brasil e Estados Unidos são as duas maiores democracias do Ocidente. Temos 201 anos de relações diplomáticas. A conversa amistosa com o presidente Donald Trump é uma ótima oportunidade para a restauração e fortalecimento das relações entre nossos países. #EntrevistaTVMirante
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— Lula (@LulaOficial) October 7, 2025
Segundo o brasileiro, ambos concordaram em manter negociações diretas, sem intermediários, e em buscar soluções equilibradas. “A questão ideológica entre chefes de Estado não existe […] Nós representamos quase 600 milhões de habitantes e temos que agir com responsabilidade.”
Lula também lembrou que o país não depende dos Estados Unidos e tem obtido grandes avanços na busca de novos consumidores para seus produtos. “Nós já abrimos mais de 433 novos mercados em apenas dois anos e meio. Tudo que eu puder vender e comprar, nós temos que fazer. O Brasil precisa conversar com o mundo.”
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Política e alianças
Sobre as eleições de 2026 e a conjuntura política maranhense, Lula defendeu a unidade do campo progressista e elogiou a relação com o governador Carlos Brandão e o ministro Flávio Dino.
O presidente citou o exemplo da Bolívia, onde disputas internas entre forças de esquerda abriram espaço para a extrema direita. “Se a gente brincar em serviço, termina dando aos adversários a chance de ganhar. O governo vai terminar muito bem. O Brasil vive um dos melhores momentos desde 2010, com crescimento do PIB, aumento da renda e valorização do salário mínimo.”
Lula encerrou a entrevista ressaltando que o Brasil está reencontrando seu rumo. “A extrema direita não voltará a governar este país”, afirmou. “O que vem pela frente é mais democracia, mais inclusão e mais futuro para o nosso povo.”
Da Redação
