Ninguém será afastado sem condenação, diz Rui Falcão

Segundo o presidente nacional do PT, o partido está engajado para aprovar o fim do financiamento empresarial de campanha

(Foto: José Cruz/Agência Brasil)

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O presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, Rui Falcão, afirmou que o partido está engajado em aprovar no Congresso o fim do financiamento empresarial de campanha. Para ele, será preciso dialogar com entidades que lutam pela reforma política. Em entrevista coletiva concedida nesta terça-feira (17), na sede do PT em Brasília, o dirigente disse ainda que ninguém será afastado da legenda enquanto não houver condenação na Justiça.

“Se algum filiado do PT, comprovadamente, estiver envolvido em atos ilícitos não continuará em nosso partido”, declarou Rui Falcão sobre denúncia apresentada, nesta segunda-feira (16), pelo Ministério Público Federal (MPF), contra o secretário de Finanças do PT, João Vaccari Neto, por suspeitas de envolvimento nos desvios da Petrobras. Entretanto, o dirigente salientou que “todos são inocentes até que se prove o contrário”.

“Todas as nossas doações são legais, registradas através de operações bancárias, comprovadas e declaradas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE)”, afirmou Falcão. Segundo ele, nenhum pedido para que Vaccari seja afastado do cargo chegou à ele, formal ou informalmente.

Reforma política – De acordo com Rui Falcão, o PT deverá dialogar com entidades e a base aliada para aprovar o fim do financiamento empresarial de campanha, uma das frentes do projeto de reforma política do PT. “O partido está dialogando com várias entidades que tenham a bandeira da reforma política como prioritária e estamos tentando unificar as posições”, explicou. O dirigente reforçou a posição contrária do partido à PEC 352, que constitucionaliza os financiamentos privados das campanhas eleitorais.

Segundo Rui Falcão, várias entidades estão propondo para o dia 1º e 2 de abril, um ato para cobrar do ministro Gilmar Mendes a devolução do processo do qual pediu vista no Supremo Tribunal Federal (STF). A cobrança é para que se possa concluir a votação que proíbe o financiamento empresarial.

Para o dirigente o governo deve achar novas fontes de receita para manter projetos sociais, a valorização do salário mínimo, o nível de emprego e reduzir as desigualdades. Para isso, é fundamental realizar reformas estruturais, como a reforma política, que dará maior espaço para a participação social.

Outra reforma pautada pelo PT é a tributária, que inclui a taxação de grandes fortunas. “A reforma tributária ideal é a que muda a base tributária. Cerca de 50% dos impostos são indiretos e taxam sem diferença pobres e ricos. É um estrutura regressiva e injusta. Vamos insistir nesse tema”, declarou.

Enquanto isso não acontece, o foco será na Projeto de Lei Parlamentar 277/2008, que trata do imposto sobre grandes fortunas. “A presidenta Dilma vai mandar para o Congresso Nacional o projeto que taxa as grandes heranças, que é o que perpetua a desigualdade no mundo todo”, anunciou.

Com isso, o PT pretende conseguir apoio de movimentos e entidades para realizar o ajuste fiscal. Segundo Falcão, é preciso mudar a base tributária do imposto de renda, para continuar reduzindo a desigualdade e, inclusive, favorecer também a classe média.

Militância – Rui Falcão cobrou ainda a elaboração de propostas do PT a longo prazo para o país. Para ele, a militância precisa dividir as atenções com as campanhas eleitorais com a luta social. “Precisamos retomar a prática de autofinanciamento, da contribuição de militantes e dos cargos eletivos. Tudo isso faz parte da autonomia para financiarmos nossas próprias ideias”, explicou.

Por Danielle Cambraia, da Agência PT de Notícias

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