Contradições em depoimentos de Costa e Youssef permanecem

Depois de 14 fases da Operação Lava Jato, delatores ficam frente a frente e não solucionam divergências em informações

Jornal GGN Já passadas 14 fases da Operação Lava Jato, em mais de sete meses desde as primeiras prisões preventivas de réus apontados no esquema de corrupção da Petrobras, os indícios que sustentam a investigação ainda são frágeis. A base de todos os processos são os depoimentos do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef, algumas vezes complementares, mas com informações contraditórias e divergentes.

Nesta segunda-feira (22), a Polícia Federal de Curitiba colocou Costa e Youssef frente a frente, durante oito horas, pela primeira vez em um depoimento. Mas não foi suficiente. As principais divergências permanecem.

Entre elas, a de Costa que afirmou que o doleiro autorizou, em 2010, o repasse de “contribuições” para as campanhas da então governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB), e do senador Humberto Costa (PT). O doleiro, por outro lado, afirmou que não entregou dinheiro a eles e que é possível que o ex-diretor “tenha se confundido” ou que a entrega, fruto de caixa 2 com dinheiro da Petrobras, teria sido feita por outros operadores do esquema de corrupção. Roseana e Humberto Costa negam as acusações.

Outro ponto ainda não esclarecido foi a divergência sobre a campanha da presidente Dilma Rousseff, também em 2010. Costa disse ter autorizado Youssef a repassar R$ 2 milhões ao caixa petista a pedido do ex-ministro Antonio Palocci, na época deputado federal e coordenador da campanha. O doleiro, entretando, disse que não fez pagamentos para a eleição da presidente e nega ter tratado deste assunto com Palocci.

Como não houve instalação de inquérito sobre essa parte dos depoimentos, os delegados e procuradores da Força Tarefa decidiram adiar o tema para outra acareação. O advogado Tracy Reinaldet, um dos que defendem Youssef na Lava Jato, disse, porém, que não trataram da campanha de Dilma “porque todos já estavam muito cansados”. A acareção levou cerca de 8 horas.

De acordo com os advogados dos dois delatores, não houve tensão nos momentos em que ficaram frente a frente, apesar de terem “trocado farpas”, em determinado momento, um apontando que o outro “não se lembrava direito”.

Da Redação da Agência PT de Notícias

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