Sindicatos pressionam e bancos garantem preservar empregos com fusão

Bancários se reúnem com direção d HSBC e Bradesco, em processo de fusão, e obtêm o compromisso de que não haverá demissões em massa durante o processo, com duração de seis meses

A fusão da operação nacional do banco anglo-chinês HSBC com o Bradesco não vai provocar demissões em massa, asseguraram aos bancários durante reunião de duas horas diretores das duas instituições bancárias.

Com isso, os bancários acreditam que 115 mil empregos em todo o país estão a salvo. O quadro de funcionários do Bradesco beira os 95 mil bancários, enquanto o HSBC tem cerca de 21 mil, dos quais cerca de 7,5 mil no Paraná, onde se localiza a sua sede.

O Bradesco vai absorver o concorrente após fechar a compra de seus ativos no Brasil por pouco mais de US$ 5 bilhões (mais de R$ 17 bilhões) na última semana, uma década e meia de atividades no país, após promover a incorporação do Bamerindus em operação na qual o governo federal saneou as contas da instituição paranaense.

O encontro das direções dos bancos com a categoria profissional reuniu representantes do Sindicato dos Bancários de São Paulo e Curitiba, da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito (Fetec-CUT Paraná) e da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) na tarde de terça-feira (4).

Em nota, o sindicato informou que os dirigentes da categoria presentes à reunião “cobraram a manutenção dos empregos e direitos dos trabalhadores”. A mesma preocupação vinha sendo manifestada pelos agentes públicos dos estados e da União envolvidos na operação de venda, como o governo do Paraná, o próprio Banco Central.

De acordo com o Sindicato, os bancos “garantiram diálogo aberto durante todo processo de fusão e transição tranquila” e se comprometeram a acolher os funcionários do HSBC com “oportunidades iguais”. Aos bancários que haviam deixado o Bradesco para atuar no HSBC, também foi assegurado que não haverá qualquer restrição, retaliação ou discriminação.

O resultado foi a obtenção de compromisso público de manutenção dos empregos e interlocução com a categoria:

“O Bradesco disse que não pedirá cortes e o HSBC informou que também não pretende fazê-los: o banco precisa continuar operando e dando lucro, já que o valor da transação é ajustável”, afirmou a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira.

“Até que saia a aprovação da venda, que pode durar seis meses, a gestão será do HSBC e o compromisso dos dois bancos é de manter a transparência com os sindicatos e os trabalhadores”, acrescentou a dirigente da categoria.

“O compromisso do Bradesco é de realocar onde estiver sobrando, mas como não conhece toda a operação do HSBC, só poderá avaliar melhor a situação quando ver como é. Queremos conversar sobre Curitiba, sobre os departamentos e o Bradesco”, detalhou a nota do sindicato.

A diferença de direitos assegurados à categoria pelos dos bancos também mereceu questionamento da categoria. “Por exemplo, o auxílio-educação: o Bradesco não paga e o HSBC paga. É uma reivindicação antiga do movimento sindical e queremos que o Bradesco, assim que assumir, debata essas diferenças”, manifestaram os bancários que, no entanto, anunciam, preventivamente, um “estado de atenção”.

“Vamos ficar atentos e acompanhando eventuais desligamentos. O banco também afirmou que o Bradesco, entre os interessados pela compra do HSBC, é o que apresenta maior complementariedade em relação a produtos, serviços e rede e rede de agências, gerando menos atritos”, diz a nota.

Por Márcio de Morais, da Agência PT de Notícias

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