Boulos: há dois pesos e duas medidas para reprimir manifestações

O acampamento instalado perto da casa do presidente golpista Michel Temer, em São Paulo, foi desmantelado pela Polícia Militar do Estado de São Paulo na noite de domingo (22). Convocada pela Frente Povo Sem Medo e pelo Movimento dos Trabalhadores sem Teto (MTST), a manifestação contra o golpe e em defesa do mandato da presidenta eleita Dilma Rousseff aconteceu na região da Rua Bennet, no bairro Alto de Pinheiros.

“Houve uma repressão brutal da PM de Geraldo Alckmin, a mando de Michel Temer, contra o acampamento da Frente Povo Sem Medo que estabeleceu-se na porta dele. A PM alegou que estava desobstruindo a via. E é muito curioso isto porque quando se tratam de manifestações a favor do impeachment acontece o contrário“, disse o coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos à Agência PT de Notícias. Para ele, com este episódio, ficou evidente que existem dois pesos e duas medidas para reprimir manifestações populares.

Boulos reforçou que o acampamento que pedia o impechment de Dilma está há mais de 2 meses acampado em uma das calçadas da Avenida Paulista, na frente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), também obstruindo a passagem. “Quatro horas de acampamento na casa de Temer e um massacre ordenado diretamente por ele (Alckmin)!”.O ato começou no Largo da Batata na tarde deste domingo (22) e então seguiu para perto da casa de Temer. Segundo MTST, participaram 30 mil pessoas mas, no momento da ação policial, estavam acampadas cerca de 200 pessoas. As tropas usaram jato de água, bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha. “Conseguiram tirar o acampamento pela força e vai haver novas ações do MTST e da Frente Povo Sem Medo como resposta a isto”, afirmou. Os manifestantes tiveram ferimentos leves. Veja como foi:

Em seu perfil no Facebook, Boulos convocou a população para este e outros atos contra Temer e justificou: “Depois de assumir de maneira vergonhosa e golpista a Presidência da República após a aprovação da admissibilidade do impeachment da presidente Dilma Rousseff, o governo Michel Temer anunciou uma equipe de governo corrupta e impopular, que na primeira semana anunciou cortes na saúde pública, na cultura e em programas sociais. Anunciou também o corte na construção de 11 mil moradias que seriam construídas via programas habitacionais para a população pobre”.Não é a primeira vez que Temer recebe manifestações na porta de sua casa. Em 21 de abril, ele foi o primeiro político a inaugurar a sequência de protestos contra golpistas. Na ocasião, assustado, o vice-presidente viajou às pressas a Brasília.

Sábado e domingo foram marcados por protestos contra Temer em todo país, e outros eventos acontecerão ao longo da semana. Acompanhe a agenda completa no site do PT.

Por Daniella Cambaúva, da Agência PT de Notícias