A indígenas, Lula promete retomar demarcações e apoiar produção agrícola

Presidente viajou a Raposa Serra do Sol para participar da 52ª Assembleia-Geral dos Povos Indígenas de Roraima

Ricardo Stuckert

Lula no encontro com indígenas em Raposa Serra do Sol (Foto: Ricardo Stuckert)

Ao participar da 52ª Assembleia-Geral dos Povos Indígenas de Roraima, o presidente Lula se comprometeu, nesta segunda-feira (13), a apoiar financeiramente a produção agrícola indígena e a acelerar a demarcação de terras que já estejam com o processo de análise adiantado.

“A sociedade brasileira está tomando consciência de que os indígenas não estão ocupando nenhuma terra sem dono, mas sim uma terra que era 100% deles”, disse Lula, para milhares de indígenas reunidos no evento, realizado na Terra Indígena Raposa Serra do Sol, cuja homologação ocorreu em 2005, no primeiro governo Lula (veja vídeo abaixo).

Por isso, Lula disse que os povos originários também devem ter direito a apoio do governo para cultivar em suas terras, de forma sustentável. “Se nós temos dinheiro para financiar a agricultura familiar, os grandes empresários de terra, por que não existe dinheiro para financiar os povos indígenas na sua produção?”, indagou, comprometendo-se a criar um programa com esse objetivo.

Outro compromisso assumido por Lula foi o de retomar a demarcação de terras indígenas, sabotada pelo governo de Jair Bolsonaro. “Eu tenho pedido para que me apresentem todas as terras que estão prontas para ser demarcadas. A gente precisa demarcá-las logo, antes que as pessoas se apropriem delas, antes que inventem documentos falsos e digam que são donas da terra.”

Povo yanomami

Esta é a segunda vez que Lula vai a Roraima este ano. Na primeira visita, declarou estado de emergência e implementou uma ação de socorro ao povo yanomami, que vinha sendo vítima de genocídio por parte de garimpeiros invasores sem qualquer medida de proteção tomada pelo governo Bolsonaro.

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A retirada completa dos invasores foi a reivindicação feita pela representante das mulheres indígenas de Roraima, Maria Betânia Mota de Jesus. “A destruição da Mãe Terra representa a nossa destruição”, ressaltou a líder do povo matuxi.

A ministra dos Povos originários, Sonia Guajajara, garantiu que essa é uma das prioridades de sua pasta e do governo Lula. “A gente não vai descansar enquanto a gente não retirar esse problema do território yanomami.” 

Já a presidenta da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Joenia Wapichana, disse que a luta indígena foi fortalecida com a inclusão de suas lideranças no governo federal. “A Funai voltou. Voltou para ficar do lado dos povos indígenas”, garantiu.

Da Redação

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