Alta na Petrobras e nova articulação arrefeceram protestos, diz líder

Líder do PT na Câmara dos Deputados avalia que movimento da oposição esfriou. Para ele, Petrobras, articulação política e pauta negativa do Congresso causaram baixa adesão a protestos

Sibá

Valorização da Petrobras e mudanças na articulação do governo estão entre os motivos apontados por Sibá para o arrefecimento dos protestos

O líder do Partido dos Trabalhadores na Câmara dos Deputados, Sibá Machado (AC), avaliou, neste domingo (12), que houve um “arrefecimento” do movimento contra o governo da presidenta Dilma Rousseff. Para ele, a baixa adesão registrada neste domingo, em comparação ao dia 15 de março, pode comprometer a organização de novos atos pela oposição.

“Pode não ter uma terceira edição (dos atos contra o governo)”, acredita Sibá.

O número de manifestantes nos protestos por diversas cidades do País neste domingo é menor que o registrado no dia 15 de março. De acordo com estimativas da Polícia Militar, cerca de 265 mil manifestantes participaram dos atos deste domingo em todo País. Os registros das manifestações de março marcaram cerca de 870 mil pessoas.

Em Brasília, por exemplo, o ato no mês passado havia reunido 45 mil pessoas, enquanto neste domingo foram 25 mil. No Rio de Janeiro, a estimativa é que 12 mil tenham participado do ato.

Em Belo Horizonte (MG), a Polícia Militar contabilizou seis mil pessoas, enquanto em março foram 24 mil. Já em Curitiba (PR), a adesão foi ainda menor. No dia 15 de março, 80 mil manifestantes foram às ruas contra o governo Dilma. Neste domingo, foram 8 mil pessoas.

Na avaliação do parlamentar, três fatores podem ter refletido nos protestos deste domingo. Segundo ele, entre eles a reestruturação da Petrobras, com a previsão de divulgação do balanço de 2014 ainda em abril e crescimento do valor das ações da estatal. “Os sinais da Petrobras são muito fortes”.

O deputado também ressalta a importância da mudança na articulação política do governo da presidenta Dilma. O Palácio do Planalto anunciou, no dia 7 de abril, que o vice-presidente Michel Temer ficaria responsável pelas relações com o Congresso Nacional.

“A mexida na articulação política do governo com a inclusão de Michel Temer tem sido vista de forma positiva”, explica.

Além disso, Sibá critica que os protestos deste domingo tenham ignorado da pauta “negativa” do Congresso Nacional, como o Projeto de Lei 4330, que regulamenta a terceirização, e a Proposta de Emenda à Constituição 171, que trata da redução da maioridade penal de 18 para 16 anos.

“Esta pauta não foi considerada pelos organizadores e nem pelos apoiadores da pauta”, lembra o líder do PT.

O líder ainda avalia que os movimentos contra o governo Dilma não apresentam com “clareza” os fatos a que se opõem.

A expectativa de Sibá é que os trabalhadores brasileiros tomem conhecimento sobre a pauta negativa do Congresso Nacional, principalmente em relação à terceirização. Isso, segundo ele, poderia alterar a pauta dos protestos nas ruas.

“Isso pode ser o próximo tipo de atividades populares que vamos ter, com um encerramento dessas mobilizações atuais”, explica o parlamentar.

Twitaço – Além da baixa adesão vista nas ruas, os apoiadores aos atos contra o governo Dilma também foram poucos pela internet. Militantes do PT, aliados a apoiadores do governo Dilma realizam neste domingo (12) tuitaços e facebookaços em reação às manifestações.

Com os esforços dos internautas, a hashtag #AceitaDilmaVez assumiu a primeira posição no trending topics do Twitter, que enumera os dez temas mais populares na rede.

PT Cast