Após 7 anos de queda, cobertura vacinal infantil volta a crescer no país
Dados do Ministério da Saúde apontam que das oito vacinas até um ano de idade, a cobertura vacinal subiu em sete delas
Publicado em
“Quero dizer que o movimento pela vacinação venceu. Todos alcançamos juntos o objetivo de reverter a trajetória de queda das coberturas vacinais. A sociedade atendeu ao chamado e se incluiu nesse movimento”. A fala da ministra Nísia Trindade aconteceu durante entrevista coletiva na terça-feira, 19, para apresentação do balanço do Movimento Nacional pela Vacinação, lançado pelo governo federal em fevereiro.
Depois de sete anos da insanidade antivacina, desde o golpe de 2016, acentuada nos anos Bolsonaro, os primeiros resultados da correção de rota promovida pelo Movimento pela Vacinação revelam o sucesso do governo do presidente Lula e seu compromisso com a saúde das crianças.
LEIA MAIS: Vacina contra Covid-19: “É direito das crianças”, afirma a ministra da Saúde
Dados do Ministério da Saúde evidenciaram que das oito vacinas recomendadas até 1 ano de idade, a cobertura vacinal cresceu para sete delas (veja gráfico abaixo e acesse aqui os dados detalhados). A comparação foi feita entre os 10 primeiros meses de 2023 com todo o ano de 2022.
Além da vacinação contra a febre amarela, aplicada aos nove meses de idade, houve ampliação da cobertura vacinal de crianças a partir de um ano contra hepatite A, poliomielite, pneumocócica, meningocócica, DTP (difteria, tétano e coqueluche) e tríplice viral 1ª dose e 2ª dose (sarampo, caxumba e rubéola).
“Sim, presidente Lula. Agora temos um governo que se importa com a vida das pessoas. Não vamos descansar até reconquistar as altas coberturas vacinais e ajudar a proteger mais a nossa população”, escreveu a ministra em seu perfil na rede X ao repostar o presidente.
Sim, presidente @LulaOficial. Agora temos um governo que se importa com a vida das pessoas. Não vamos descansar até reconquistar as altas coberturas vacinais e ajudar a proteger mais nossa população.#MovimentoNacionalPelaVacinação. https://t.co/Oq5lH79llJ
— Nísia Trindade Lima (@nisia_trindade) December 21, 2023
“Acabou o negacionismo científico que ceifou tantas vidas”, afirmou Lula na rede X, repostando outra mensagem da ministra sobre a reversão da tendência de queda da cobertura vacinal.
Ao apresentar o balanço do Movimento na coletiva, Nísia lembrou a citação da OMS. “A vacina, junto com a água tratada, é o que garantiu a redução da mortalidade infantil e o aumento da expectativa em todo o mundo”, disse.
Acabou o negacionismo científico que ceifou tantas vidas. https://t.co/DNIEH7pc5e
— Lula (@LulaOficial) December 20, 2023
Foco nas realidades locais garantiram avanços
A ministra explicou que os avanços resultam do planejamento multiestratégico adotado pelo ministério com a criação do movimento nacional, adoção do microplanejamento, repasse de mais de R$ 151 milhões para ações regionais nos estados e municípios e o lançamento do programa Saúde com Ciência.
Com o microplanejamento, a estratégia de regionalização resultou em melhora dos índices vacinais para a DTP em todos os estados. Do total, 26 aumentaram a cobertura contra a poliomielite e da primeira dose da tríplice viral e 24 tiveram alta na cobertura contra a hepatite A, meningocócica e segunda dose de tríplice viral. A melhora da cobertura da vacina pneumocócica ocorreu em 23 estados.
Equipes do Programa Nacional de Imunizações (PNI) percorreram o Brasil e realizaram oficinas com as secretarias de saúde, na busca de soluções viáveis para cada realidade. Imunização extramuros, ampliação do horário das salas de imunização e busca ativa de não vacinados foram algumas das ações executadas a partir de cada demanda local.
O Piauí aumentou a cobertura da primeira dose de vacina tríplice viral de 82,8% para 97,8%, assim como da poliomielite, que passou de 75,9% para 89,9%, e da DTP, que de 73,1% saltou para 92,8%.
O Espírito Santo ampliou a cobertura da meningocócica de 58,5% em 2022 para 91,6% de cobertura. Sergipe e Rio Grande do Norte ampliaram, respectivamente, 39,8 e 33,4 pontos percentuais na cobertura vacinal contra a febre amarela. Em Rondônia, a primeira dose de tríplice viral passou de 89,2% para 99,6%.
No Brasil, a cobertura vacinal de hepatite A passou de 73% para 79,5%. O primeiro reforço da pneumocócica passou de 71,5% para 78% e a polio atingiu 74,6% de cobertura contra os 67,1% de 2022.
As cidades que atingiram 95% de cobertura para a vacina DTP passaram de 1.467 em 2022 para 2.180 cidades em 2023. O mesmo aumento ocorreu para a cobertura contra a poliomielite, com 1.463 cidades em 2022 para 2.168 neste ano. A hepatite A foi de 1.745 municípios com 95% de cobertura para 2.446.
“De forma geral, tivemos um incremento de 1/3 no número de municípios que alcançaram a meta de 95% em vacinas fundamentais para o calendário infantil. São mais de 2.100 cidades hoje com esse índice de cobertura, o que é maravilhoso”, afirmou a ministra.
A vacina contra o papiloma vírus humano (HPV) desde 2014 apresentava queda no número de doses aplicadas mas este ano subiu 30% neste ano. Além do microplanejamento, a vacinação nas escolas foi uma estratégia fundamental para este resultado positivo, especialmente quanto à vacinação de HPV. No total, 3.992 cidades brasileiras utilizaram a estratégia, informou a Agência Brasil.
Caderneta Digital de Vacinação será realidade em breve
O Ministério da Saúde informou que, a partir de 2023, todos os dados vacinais serão redirecionados para a Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS), com as doses aplicadas atreladas a um número de Cadastro de Pessoa Física (CPF). Esta é uma reivindicação antiga do setor e faz a migração dos dados para um sistema mais abrangente, flexível e oportuno.
Ouça o Boletim da Rádio PT:
O novo sistema está em fase de estruturação e permitirá que a caderneta digital de vacinação seja uma realidade. Cada cidadão poderá consultar a própria situação vacinal online, por meio do ConecteSUS, como já acontece com as doses de vacinas da Covid-19.
O Ministério informou ainda que municípios com sistemas de informação próprios ou que fazem uso offline podem demorar até quatro meses para enviar o dado de doses aplicadas, o que pode contribuir para que as coberturas vacinais calculadas para 2023 ainda não reflitam totalmente os ganhos alcançados.
Da Redação, com Agência Brasil