Após pressão, cai barreira que impedia uso emergencial da vacina Sputnik V

Retirada de exigência da fase 3 de testes no país pela Anvisa, nesta quarta-feira (3), é decisiva para a liberação do uso emergencial da vacina russa. O fim do entrave é uma reivindicação do governador da Bahia, Rui Costa, e de autoridades de saúde. ”É uma vitória importante nesta nossa luta para garantir mais doses para vacinar brasileiros e brasileiras”, comemorou Rui Costa. Sputnik tem eficácia de 91,6% contra o vírus da Covid-19

Foto: Roberta Aline

O governador da Bahia, Rui Costa

Após pressão da sociedade civil, de governadores e de autoridades de saúde, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) decidiu alterar, nesta quarta-feira (3), o guia para uso emergencial de vacinas contra a Covid-19. Entre as mudanças, está o fim da exigência de estudos da fase 3 com imunizantes no país. A barreira vinha segurando a liberação do uso emergencial da vacina Sputnik V há semanas. O governador da Bahia Rui Costa chegou a recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para garantir a autorização.

“É uma vitória importante nesta nossa luta para garantir mais doses para vacinar brasileiros e brasileiras”, celebrou Costa, em mensagem gravada em vídeo. O Consórcio de governadores do Nordeste pretende adquirir 50 milhões de doses da Sputnik V.  Para Rui Costa, a decisão é muito importante porque abre caminho para que o país tenha acesso a milhões de doses não só da Sputnik V como de outros imunizantes.

“Agora, abrimos a porta para que a gente tenha o registro e imunize o povo brasileiro o mais rapidamente. Além de salvar milhares de vidas humanas e de esvaziar nossos hospitais, vamos retomar a vida à normalidade, retomar a economia, o emprego e a renda”, disse o governador. 

Pelo empecilho burocrático, uma vez que o imunizante já foi registrado em 16 países, a agência federal vinha enfrentando duras críticas. A maior delas é pela falta de celeridade da Anvisa diante do agravamento do quadro sanitário, com aumento de infecções e mortes diárias por causa da pandemia. Além disso, o anúncio de constantes atrasos do governo federal na entrega de insumos para a fabricação da vacina CoronaVac carregaram de incertezas o cronograma de uma campanha de vacinação nacional.

A União Química anunciou que teria condições de receber 10 milhões de doses importadas até o mês que vem, assim como garantir pelo menos 150 milhões de vacinas até o fim de 2021, entre doses prontas e desenvolvidas no Brasil. A segurança da vacina foi atestada pela revista científica Lancet, que publicou nesta semana um estudo apontando eficácia de 91,6% contra a Covid-19. Os testes foram feitos com 20 mil voluntários.

“Essa atualização faz parte da estratégia do Brasil de ter acesso a uma vacina”, afirmou a diretora do órgão, Meiruze Freitas, durante coletiva nesta quarta. “Ela está apartada de qualquer discussão que não seja do âmbito técnico para que o Brasil tenha uma vacina com eficácia e segurança”.

Da Redação, com agências

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