Artigo: 21 de Abril, a luta continua, por Paulo Cayres
Dia 21 de abril , é também , o dia do/a trabalhador/a metalúrgico/a, e Tiradentes com seu exemplo de luta pela liberdade é o patrono da categoria
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Metalúrgicos da Ford de Camaçari em luta
Vinte e um de Abril, Tiradentes, o mártir brasileiro da luta pela independência foi assassinado pelo governo de Portugal. Seu crime, lutar por um Brasil livre da colonização portuguesa.
Tiradentes é um símbolo da luta nacional contra a opressão no Brasil colônia.
Dia 21 de abril , é também , o dia do/a trabalhador/a metalúrgico/a, e Tiradentes com seu exemplo de luta pela liberdade é o patrono da categoria.
No final da década de 70, ainda sob o jugo da ditadura militar, os/as trabalhadores/as metalúrgicos/as do ABC paulista, deram início a uma sequência de grandes greves , a luta da categoria enfrentou a opressão da ditadura militar e dos patrões, em um movimento que marcou para sempre a história do Brasil.
Somada as diversas lutas da época, como a luta pela anistia, a luta contra a carestia, a luta por saúde pública e diversos outros movimentos , a luta dos/as trabalhadores/as do ABC serviu de exemplo para diversas outras categorias, espalhando uma onda de greves pelo país que ajudaram na luta pela redemocratização brasileira, colocando em movimento amplas massas de trabalhadores/as que não aceitavam mais ficar calados e passaram a uma luta ativa por seus direitos.
O movimento sindical entra em ebulição, o debate sobre um novo sindicalismo ganha corpo , oposições se organizam por todo o território nacional e ganham sindicatos importantes, o conjunto dessas lutas contribui para o surgimento de entidades representativas dessa luta popular.
A CUT , o PT, o MST, para citar apenas algumas organizações , emergem como importantes instrumentos de organização sindical, partidária e popular resultado das lutas do período.
A luta apresenta ao país aquele que se tornaria a maior liderança popular e política forjada no combate por justiça social e cidadania plena para todos/as, o metalúrgico Luiz Inácio da Silva, LULA.
Na década de 70, a classe trabalhadora ousou desafiar a ditadura e ajudou na construção de um novo tempo, mas a luta é uma constante da vigília permanente pela liberdade, LULA, foi eleito presidente da República em 2002, em 2006, fez a sua sucessora a presidenta Dilma, que se reelegeu, e acabou vítima de um golpe de estado.
Os êxitos dos governos Lula e Dilma fizeram com que a direita nacional e internacional se articulassem para atacar e derrotar o campo democrático popular, golpe em 2016 contra Dilma, uso da justiça como instrumento de perseguição política para prender Lula com acusações falsas, fizeram parte desse ataque. O surgimento de uma extrema direita nazi/fascista, que elegeu Bolsonaro, foi o resultado dessa articulação neoliberal.
O rastro de destruição e ódio que se alastrou nesse período, impôs ao Brasil uma pesada herança maldita com consequências de catástrofe para a população brasileira, cujo marco mais cruel, são as 700 mil mortes provocadas pela necropolítica bolsonarista, mas não só , os constantes ataques a democracia passaram a compor o cotidiano do pais.
Com a eleição do presidente LULA para um terceiro mandato, derrotando Bolsonaro, o Brasil ganhou uma nova chance de preservar a democracia , voltar a crescer com soberania, inclusão social e derrotar a barbárie.
Mas estes são tempos difíceis, os fascistas seguem ativos , como ficou claro no dia 8 de janeiro com os atos terroristas em Brasília que tinham por objetivo consumar um golpe de estado.
A propagação da violência continua, como demonstram os recentes ataques a escolas, aonde crianças e professores/as tem sido atacados/as e mortos.
O gabinete do ódio, saiu do palácio do planalto, mas continua a pleno vapor disseminando mentiras nas redes sociais para criar medo na sociedade, é através do medo que o nazi/fascismo se sustenta e organiza.
A identificação dos/as responsáveis por disseminar essas políticas de ódio e de ataques á democracia tem que ser identificadas e responsabilizadas, arcando com o peso da lei pelos atos de barbárie cometidos contra a sociedade brasileira.
O governo brasileiro tem que identificar, entre aqueles que ainda estão ocupando cargos de responsabilidade no governo federal , quem são os fascistas que ainda permanecem e demitir todos/as , para o bem da democracia, são agentes infiltrados com a função de sabotar o governo e a nação brasileira.
Aos amantes da liberdade, que lutam por uma nação mais justa, cabe a tarefa de estar atentos e ocupar ruas e redes em defesa da democracia.
Aos metalúrgicos/as e a todos/as trabalhadores/as de todas as categorias que sabem na pele , que só com liberdade e democracia podemos lutar por justiça social e direitos, cabe ficar alertas e lutar para impedir retrocessos.
O Brasil está em disputa, do sucesso da nossa luta por uma nação justa e por dignidade é que a democracia seguira firme.
Viva os metalúrgicos/as no seu dia, viva toda a classe trabalhadora.
A luta é continua e sem tréguas.
Paulo Cayres, Secretário Nacional Sindical do PT
Metalúrgico e Presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos/as da CUT
