Ato em São Paulo refuta fascismo e agenda golpista de Bolsonaro

Sem tempo a perder diante das ameaças de retrocesso causadas pela aliança de Temer com presidente eleito, povo vai às ruas e dá exemplo de resistência

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Ato contra Temer e Bolsonaro em São Paulo

Enquanto uma nova etapa do golpe tenta avançar a partir do conluio entre Bolsonaro e Temer, o povo segue nas ruas e mostra que o próximo governo não terá vida fácil para levar adiante a agenda do retrocesso que inclui, entre outras coisas, a reforma da Previdência. E prova de que a resistência já começou aconteceu na noite desta terça-feira (30) na Avenida Paulista, em São Paulo, em ato com a presença de diversos movimentos sociais, estudantes, representantes de partidos políticos e lideranças da causa feminista, negra e LGBT.

Durante seu discurso, o líder do MTST e um dos mais ativos aliados da candidatura de Haddad à Presidência durante o segundo turno, Guilherme Boulos deixou claro que a derrota nas eleições deve motivar uma nova onda contra o fascismo, contra a possibilidade real de perda de direitos e da tentativa de criminalizar os movimentos sociais. “Este ato não é para negar o resultado das urnas. É para mostrar que não aceitaremos mais retrocessos. Bolsonaro foi eleito presidente, não imperador, muito menos dono do Brasil”, declarou.

A razão de tamanha preocupação ainda antes de o candidato da extrema-direita assumir o poder se deve ao fato de ele já negociar com o governo golpista a reforma da Previdência – cuja pressão popular, que levou milhões de pessoas nas ruas, obrigou os aliados de Temer a tirarem a proposta de pauta em fevereiro. “Não vamos aceitar reforma que retire direitos dos trabalhadores. Não aceitamos com Temer. Não aceitaremos com Bolsonaro”, completou Boulos.

Boulos durante ato em São Paulo

O líder do MTST também voltou a repudiar a promessa do militar radical de “varrer do mapa” a esquerda e os movimentos sociais: “um presidente tem que respeitar as liberdades democráticas, a liberdade de manifestação. Nós não vamos nem para a cadeia nem para o exílio. Nós vamos para as ruas que sempre foi o nosso lugar. Não tenham medo do fascismo. Juntos, de mãos dadas, vamos impedir novos ataques aos direitos da população como este projeto de reforma da Previdência já recusado pelo povo”, concluiu.

Força feminista

Com público formado essencialmente por mulheres e a presença de importantes lideranças feministas, o ato também serviu como resposta imediata ao machismo e misoginia presentes no discurso do radical eleito. “Nem fraquejada e nem do lar. A mulherada tá na rua pra lutar”, gritava a multidão.

Presente no ato, a ex-presidenta da UNE Carina Vitral ecoou o mesmo discurso e lembrou também da importância dos estudantes na luta – todos dias há novos registros de agressão à liberdade de pensamento em escolas e universidades. “Juntos nós não vamos deixar que este governo ataque a liberdade dos professores e professoras. Vamos seguir nas ruas para garantir que as escolas e universidades sejam livres. Temos o dever de manter a luta”, avaliou.

Ato contra Bolsonaro e Temer em São Paulo

O vereador Eduardo Suplicy disse ter ficado emocionado com a grande presença de mulheres durante o ato. “Tanto aqui no palco quanto no meio de vocês são as mulheres que estão liderando esta resistência. Isso vai ser fundamental nas lutas que virão, ainda mais diante de um candidato que declaradamente é machista”, concluiu.

Por Henrique Nunes da Agência PT de Notícias

 

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