Banco dos Brics terá US$ 100 bi para projetos de infraestrutura

Durante a 7ª cúpula do Brics, países reforçam importância do NBD para superar crises financeiras

O Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), ou Banco do Brics, oficializado na quinta-feira (9) pelos cinco países que compõem o bloco: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, terá capital inicial de até US$ 100 bilhões para financiar projetos de infraestrutura.

A instituição começará a operar no ano que vem, com sede em Xangai, na China. A ajuda financeira poderá ser estendida aos países em desenvolvimento.

A presidenta Dilma Rousseff defendeu o papel da instituição para o desenvolvimento mundial durante o Encontro de chefes de Estado e de Governo dos Brics. “O Novo Banco de Desenvolvimento terá um papel importante na intermediação de recursos para projetos de infraestrutura e de desenvolvimento sustentável”, disse.

Até 2020, os países em desenvolvimento precisarão de um volume de investimentos em infraestrutura calculado em aproximadamente US$ 1 trilhão por ano, segundo relatou Dilma.

Com o NBD, a expectativa dos Brics é não depender apenas do FMI e do Banco Mundial. Existe, inclusive, a possibilidade de criar espaço para outras moedas, além do dólar americano, no comércio internacional.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, declarou, durante discurso em nome dos líderes na 7ª cúpula, que é preciso buscar soluções para resolver os problemas econômicos dos países do grupo.

“Estamos preocupados com a instabilidade dos mercados, com a alta volatilidade do preço do petróleo e das commodities, com o acúmulo da dívida soberana de uma série de grandes países. Todos esses desequilíbrios estruturais causam impacto direto na dinâmica de crescimento de nossas economias. Nessas condições, os países do Brics pretendem usar ativamente seus próprios recursos para o desenvolvimento interno,” disse Putin.

Dilma informou que no encontro foram apresentadas várias ações de cooperação relacionadas a “facilitação do comércio, cooperação regulatória, infraestrutura e investimentos”, a lista, segundo a presidenta apresenta mais de 40 projetos de interesse dos países Brics.

”Trata-se de um acervo importante de iniciativas que serão analisadas com toda a seriedade por nossos governos e que, eventualmente, contarão com o apoio do Novo Banco de Desenvolvimento”, disse.

O presidente russo reforçou na reunião a necessidade do oficializar o Tratado do Arranjo Contigente de Reservas (CRA, na sigla em inglês), no valor de US$ 100 bilhões, dos quais US$ 41 bilhões virão da China, O Brasil, a Rússia e a Índia contribuirão com US$ 18 bilhões cada e a África do Sul aportará US$ 5 bilhões.

“Uma das nossas mais importantes conquistas é o lançamento do Arranjo Contingente de Reservas, que nos dará a oportunidade de reagir a movimentos dos mercados financeiros de maneira ágil e adequada”, declarou.

BNDES – O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou também na quinta-feira (9) a assinatura de acordo de cooperação com o NBD, assim como outros bancos de desenvolvimento dos países que compõem o bloco.

Segundo comunicado do banco de fomento “as partes envolvidas se dispõem a explorar possibilidades de cooperação na mobilização de recursos para financiamento, cofinanciamento e estruturação de garantias em projetos de infraestrutura e de desenvolvimento sustentável”.

A cooperação será feita por diversas formas, entre elas, por empréstimos, emissões de títulos, estruturação de fundos de investimento e criação de programas para apoio financeiro por meio de “project finance”, em que a garantia é dada pelo próprio projeto.

Por Michelle Chiappa, da Agência PT de Notícias.

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