Benedita: “Quero uma cidade acolhedora, onde a saúde seja para todos”
Única com mais de 40 anos de serviços prestados à população humilde do Rio de Janeiro, Benedita da Silva participou do 1º debate entre candidatos à Prefeitura, na quinta-feira (1º). Ela apresentou propostas para saúde, transporte e emprego. “A saúde está um caos, estamos vendo 300 mil pessoas aguardando nas filas para serem atendidas”, criticou Benedita. “Vamos colocar as UPAS e Clínicas da Família para funcionar”, garantiu. Sobre desemprego, foi enfática: “é preciso que a gente cuide dessas pessoas que estão nas ruas para que elas sejam alimentadas. Doeu na alma ver pessoas perdendo casa, eu sei o que é ficar na rua, sem ninguém”, disse, referindo-se ao despejo de moradores por Crivella
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A candidata à Prefeitura do Rio de Janeiro pelo PT, Benedita da Silva, participou na quinta-feira (1º), do primeiro debate destas eleições municipais, organizado pela TV Bandeirantes. Primeira a falar no evento, Benedita começou apresentando uma folha de serviços prestados à vida pública de mais de 40 anos, sempre trabalhando em prol das populações vulneráveis.
“Eu sou Benedita da Silva. Nascida na favela do Chapéu Mangueira. Tenho 78 anos de luta. Fui cozinheira, lavadeira, trabalhadora doméstica e, sustentando meus filhos, sempre olhei para o povo da minha cidade”, apresentou-se Benedita. “Quero colocar minha experiência a favor da juventude, das crianças e das mulheres”, disse a candidata.
Caos na saúde do Rio de Janeiro
Respondendo a uma pergunta do candidato Eduardo Paes, Benedita apresentou um diagnóstico do estado de abandono da saúde pelo prefeito Marcelo Crivella. “A saúde está um caos no Rio de Janeiro. Estamos vendo 300 mil pessoas aguardando nas filas para serem atendidas, cirurgias importantes deixaram de ser feitas”, afirmou. Benedita se comprometeu a recuperar o setor.
“Queremos colocar as UPAS e Clínicas da Família para funcionar, precisamos de mais profissionais de saúde nas policlínicas, para cuidar de quem não tem coronavírus”, afirmou. “E na questão da pandemia, nós teremos que fazer testes em todas as pessoas no Rio de Janeiro”, garantiu Benedita. “A prefeitura não está fazendo o trabalho de casa, mas nós faremos, a população será atendida”.
“Estado deve ser laico”
Ainda na área da saúde, ela rebateu os malabarismos do prefeito Marcelo Crivella, voltando apontar o sucateamento da rede pública na capital carioca. “Nas comunidades, a tuberculose está acontecendo e não se consegue dar combate. Mas, na minha gestão, eu vou cuidar”, assegurou Benedita. “Eu quero uma cidade acolhedora, onde a saúde seja para todos, onde possa chegar nas comunidades nesse momento de pandemia”.
Benedita criticou ainda a atuação do gabinete de Crivella, que sido acusado de usar seu mandato à frente da prefeitura como instrumento para fazer política, inclusive instruindo funcionários a intimidar a imprensa à frente de hospitais. “O Estado deve ser laico, onde nós possamos agir como gestor público e não confundir de forma nenhuma com um palanque político”, condenou Benedita.
“Eu sei o que é perder uma casa, o que é ficar na rua”
Benedita tratou de um dos principais problemas da cidade, o desemprego galopante que vem formando verdadeiros exércitos de sem teto no Rio. A situação, segundo ela, foi agravada com os despejos promovidos pela cruel gestão de Crivella.
“Nós sabemos que nesse momento a população está na rua desempregada, muitas delas perderam seu emprego e foram morar embaixo da ponte”, lamentou Benedita. “Doeu na alma ver aquelas pessoas perdendo casa, eu sei o que é perder uma casa, o que é ficar na rua, sem ninguém”.
Ela ressaltou que a prefeitura não tem nenhuma política de habitação popular. “É preciso que a gente cuide dessas pessoas que estão nas ruas para que elas sejam alimentadas. É preciso criar albergues, é preciso dar dignidade para essas pessoas”, destacou a petista.
“Vou revitalizar a Avenida Brasil”
Debatendo com a candidata Martha Rocha, do PDT, Benedita também lamentou a a deterioração do transporte no Rio de Janeiro. ”Nós sabemos que a situação da mobilidade urbana é muito séria. A Zona norte e oeste estão em situação precária”, observou. “Não aceitamos o preço que estão cobrando das passagens. As pessoas estão passando 3 horas no transporte. Isso vai mudar”, pontuou a candidata
“Vou revitalizar a Avenida Brasil, que é o coração do Rio de Janeiro”, assegurou a petista, apontando também para a ampliação melhorias no entorno da região: “casas populares, centros educacionais, escolas técnicas, escolas em horário integral. Nós temos que abrir aquele comércio, dar incentivo para o pequeno e médio comerciário”, concluiu Benedita.