Bolsonaro ameaça futuro do País com medidas controversas na educação

Enquanto as universidades federais sofrem com o corte de recursos, Bolsonaro e ministro da Educação usam artifícios para desviar foco dos problemas do setor

Reprodução

Abraham Weintraub em transmissão ao vivo com Jair Bolsonaro

Poucos meses após o corte de R$ 5,8 bilhões promovido pelo governo de Jair Bolsonaro (PSL) nas verbas destinadas à educação básica até a pós-graduação, os impactos já podem ser sentidos. A Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT) chegou a ter a energia elétrica cortada em decorrência de uma dívida de R$ 1,8 milhão à concessionária.

Enquanto isso, Jair Bolsonaro e seu ministro da Educação, Abraham Weintraub, usam artifícios para desviar o foco dos cortes promovidos pelo atual governo.

O ministro ignorou o fato de as universidades terem tido uma drástica redução orçamentária que atingiu até 30% das receitas discricionárias e preferiu afirmar que tomará medidas contra a “má gestão”.

Nesta quarta-feira (17), durante o lançamento do programa Future-se, do MEC, o presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Iago Montalvão, interrompeu a cerimônia para fazer reivindicações ao ministro com relação aos cortes orçamentários promovidos pela pasta.

“Precisamos debater como retomar os cortes que foram feitos, como devolver o dinheiro do contingenciamento. Os estudantes estão dispostos a dialogar, mas queremos respostas para hoje. Os estudantes estão nos procurando desesperados, porque não conseguem fazer suas pesquisas. Precisamos de uma resposta imediata. É importante que tenha parcerias, mas é importante sobretudo que tenha política pública para a universidade. Nós precisamos salvar a universidade”, criticou o presidente da UNE.

Já Bolsonaro preferiu recorrer às redes sociais para comemorar a intervenção do Ministério da Educação (MEC) no processo seletivo da Universidade da Integração da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab).

“A Universidade da Integração da Lusofonia Afro-Brasileira (Federal) lançou vestibular para candidatos TRANSEXUAL (sic), TRAVESTIS, INTERSEXUAIS e pessoas NÃO BINÁRIOS. Com intervenção do MEC, a reitoria se posicionou pela suspensão imediata do edital e sua anulação a posteriori”, escreveu Bolsonaro em suas redes sociais.

A Unilab havia disponibilizado 120 vagas em 15 cursos presenciais em três campi — dois no Ceará e um na Bahia. De acordo com os organizadores, a iniciativa era inédita no País.

As vagas foram ofertadas para estudantes transexuais, travestis, pessoas não binárias e intersexuais oriundas de qualquer percurso escolar e que tenham concluído o ensino médio. As três primeiras subcategorias estão amparadas pela categoria “pessoas transgêneras”.

Por PT no Senado

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