Bolsonaro avisa: com ele, a PGR estará sob patrulha ideológica

Candidato não se comprometeu, caso eleito, a respeitar a lista tríplice feita pelos próprios procuradores porque não quer “correr o risco de alguém que atrapalhe a nação”

Jair Bolsonaro já sinalizou que, caso seja eleito, vai submeter o judiciário a uma patrulha ideológica. Em entrevista ao ‘Jornal Nacional’, o candidato disse seu escolhido para chefiar a Procuradoria-Geral da República seria alguém que “não tenha viés ideológico de esquerda” e não tenha histórico de “ativismo” por “certas questões nacionais”.

O falso patriota também não se comprometeu a escolher o novo procurador-geral entre os três mais votados pelos próprios procuradores – critério sempre respeitado pelo PT, que todas as vezes conduziu ao cargo quem teve mais votos. Na visão dele, aceitar que o Ministério Público Federal tenha um chefe independente é “correr o risco de [ter] alguém que atrapalhe a nação”. Até parece com o “ame ou deixe-o” da ditadura.

O mandato de Raquel Dodge termina em setembro do ano que vem, podendo cumprir mais dois anos caso renomeada pelo presidente. A própria nomeação dela por Temer já não obedeceu os critérios da lista tríplice: ela foi a segunda mais votada.

Um outro critério do candidato, segundo a entrevista, é respeito aos parlamentares, “que têm imunidade por suas opiniões, palavras e votos”. Essa declaração é um sinal de Bolsonaro não reconduziria Raquel Dodge ao cargo – em abril deste ano, ela o denunciou ao STF por crime de racismo.

Fica claro a cada dia que, para Bolsonaro, o combate à corrupção não passa de bravata para ganhar votos. Essas ideias abrem espaço para um retrocesso enorme no combate à corrupção e para a volta dos tempos de “Engavetadoria-Geral” da República. Nos anos 90, o procurador Geraldo Brindeiro ganhou esse apelido pelo esforço em arquivar todas as investigações que envolviam o governo FHC. Não compre gato por lebre.

Da Redação Agência PT de Notícias

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