Lindbergh critica revisão de penas para golpistas e cobra foco na “agenda do povo”

Líder petista defende avançar na reforma do Imposto de Renda para tributar os mais ricos e na PEC da Segurança

Gustavo Bezerra

Líder Lindbergh Farias (PT-RJ)

O líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias (RJ), afirmou nesta segunda-feira (22/9) que não há condições políticas para que a pauta da revisão de penas (dosimetria) e da anistia avance no Parlamento após os novos ataques contra autoridades brasileiras. O líder concedeu coletiva de imprensa nesta segunda-feira (22), na Câmara dos Deputados.

Segundo ele, diante da gravidade dos episódios que envolveram ameaças à família do ministro Alexandre de Moraes e a outras autoridades, insistir nesses temas seria um gesto de submissão a interesses externos.

“Seria uma vergonha, num momento como esse, o Parlamento colocar essa pauta para andar. Seria se ajoelhar ao Trump no momento de um violento ataque ao Brasil. Não admitimos isso”, disse Lindbergh.

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O petista afirmou que, após os últimos acontecimentos, “qualquer discussão de revisão de penas perdeu o sentido”. Ele relatou que vem dialogando com outros líderes e que o clima na Casa esfriou em relação ao tema.

Reação social

Lindbergh também lembrou a mobilização popular contra a chamada “PEC da anistia” e a “PEC da bandidagem”, votações que geraram forte reação social.

“Houve uma grande repulsa por parte da sociedade brasileira. O presidente Lula chegou a Nova York com esse apoio popular e a gente espera que o Parlamento tenha sensibilidade. O Brasil está sendo atacado e o Congresso não pode se associar a medidas que fragilizam a democracia”, afirmou. Lindbergh se refere às mobilizações de domingo (21), que levaram milhares de brasileiros às ruas para repudiar o PL da Anistia e a PEC da Blindagem.

Agenda do povo

Além da crítica à tentativa de avançar com a anistia, o deputado destacou que a pauta da Câmara deve priorizar projetos de interesse popular, como a taxação dos mais ricos e a PEC da Segurança.

“A pauta da Câmara tem que ser a pauta da vida do povo. Temos que avançar na reforma do Imposto de Renda, para tributar os mais ricos, e na PEC da Segurança, que é fundamental no combate ao crime organizado”, defendeu.

Cassação de Zambelli e Eduardo Bolsonaro

Lindbergh anunciou ainda que o PT ingressou com mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF) para cobrar a cassação do mandato da deputada Carla Zambelli (PL-SP), já condenada em decisões transitadas em julgado.

“É inaceitável que Carla Zambelli não tenha ainda seu mandato cassado. Houve muita tolerância. Agora só nos resta recorrer ao Supremo”, disse.

O parlamentar também cobrou celeridade no julgamento de outros casos, como o do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), recentemente denunciado pela Procuradoria-Geral da República.

“Eduardo Bolsonaro vai ser condenado por vários crimes. Não vamos tolerar mais compactuar com essa política de escalada antidemocrática”, afirmou o líder do PT.

Lula na ONU

Por fim, Lindbergh reforçou a expectativa de que o Congresso respeite o momento em que o presidente Lula discursará na Assembleia Geral da ONU, defendendo a soberania nacional e a democracia.

“Amanhã (23), o Presidente Lula vai falar ao mundo como primeiro orador da Assembleia Geral da ONU, antes mesmo do presidente dos Estados Unidos. O Parlamento precisa estar à altura desse momento e não pode se posicionar contra os interesses do Brasil”, concluiu.

Do PT Câmara

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