Bolsonaro volta a ameaçar democracia com golpismo antecipado

No domingo (27), extremista confessou que Constituição lhe “embrulha” o estômago. “O bolsonarismo e seus ataques à democracia é que embrulham o estômago do povo”, reagiu o senador Fabiano Contarato (ES)

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Jair Bolsonaro voltou a exercitar sua ojeriza e desapreço pela democracia neste final de semana. Em tom de golpismo antecipado, o extremista de direita que ocupa o Planalto participou, no domingo (27), de um ato político do PL no qual atacou novamente a Constituição e as instituições do país. Aos presentes, Bolsonaro confessou que “lhe embrulha o estômago” ser obrigado a “jogar dentro das quatro linhas da Constituição”.

Em tom aberto de campanha, o golpista ainda apelou para a religião, falando sobre “batalha espiritual” e “luta do bem contra o mal”, referindo-se às eleições de outubro deste ano. “Para defender a liberdade e a nossa democracia, tomarei a decisão contra quem quer que seja”, mentiu, sem deixar claro que decisão seria essa.

“É sim, Jair Bolsonaro, a luta do bem contra o mal, o mal que você representa, o mal do ódio, da violência, da tortura que você defende, da fome que voltou, da carestia para o povo, da falta de emprego, da destruição do Estado, da vergonha internacional”, reagiu a presidenta Nacional do PT, Gleisi Hofmann (PR), pelo Twitter. “Você é o mal, o câncer do Brasil”, definiu.

‘O bolsonarismo, seus ataques à democracia, sua sabotagem à vacina, seus “quilos de ouro” no MEC e sua inflação nas alturas é que embrulham o estômago do povo”, denunciou o senador Fabiano Contarato (PT-ES), também pelo Twitter. “E o Brasil vai derrotar essa tragédia nas urnas”, vaticinou Contarato.

Mentiras sobre corrupção

De modo desavergonhado, Bolsonaro também mentiu descaradamente ao afirmar que seu governo – que enfrenta um escândalo atrás do outro envolvendo desvios de dinheiro público -, acabou com a corrupção no Brasil. “Acabou a farra com dinheiro público”, delirou. “Buscam qualquer coisa, qualquer gota da água para transformar em tsunami. Todos sabem como nos portamos”, afirmou, sem fazer menção direta aos pedidos de propina feitos por pastores no Ministério da Educação, revelados na semana passada. O esquema de tráfico de influência foi admitido pelo próprio ministro da pasta, Milton Ribeiro, atualmente investigado pela Polícia Federal.

Curiosamente, o golpista estava ladeado por Flávio Bolsonaro, senador do PL do Rio de Janeiro, denunciado pelo Ministério Público por suspeita de comandar um esquema de rachadinhas na época em que era deputado estadual.

Os funcionários fantasmas de Bolsonaro

O crime remete diretamente ao próprio Bolsonaro, que empregou funcionários fantasmas que nunca pisaram em seu gabinete quando era deputado federal. Na semana passada, por exemplo, voltou ao noticiário do país a denúncia de que Walderice da Conceição estava lotada no gabinete do então deputado Bolsonaro, entre 2003 e 20018, sem nunca ter pisado no Congresso Nacional.

Na terça-feira (22), o Ministério Público Federal em Brasília entrou com uma ação contra Bolsonaro e Walderice, conhecida como “Wal do Açaí”, por improbidade administrativa.

A lista de desmandos de Bolsonaro é longa, tendo levado o líder de extrema direita a ser investigado em seis processos, cinco deles abertos pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e um pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). As investigações abrangem desde interferência na Polícia Federal, até prevaricação (no escândalo das vacinas na Saúde), disseminação de fake news sobre vacinas e ataques às urnas eletrônicas.

Ataques à democracia não são novidade

Não é a primeira vez que Bolsonaro ameaça a democracia e as instituições. Ao longo de seu mandato na Presidência, o extremista promoveu reiterados ataques ao TSE, ao STF e ao Congresso Nacional, além de atacar governadores e prefeitos durante a pandemia.

Em agosto de 2021, ele promoveu um desfile de tanques do Exército na Esplanada com o objetivo de intimar o Legislativo e o Judiciário. 

Da Redação, com agências

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