Brasileiros levam carta e abaixo-assinado a comitê do Nobel

Documento, que será entregue a comitês de Oslo (Noruega) e Estocolmo (Suécia), aponta os motivos para que Prêmio Nobel da Paz seja concedido a Lula

Arquivo pessoal

A professora Márcia e o engenheiro João de Alemar: do Brasil à Noruega por Lula

O argentino Adolfo Pérez Esquivel, Prêmio Nobel da Paz em 1980, move uma campanha que já tem mais de 260 mil assinaturas para que Luiz Inácio Lula da Silva seja agraciado com a mesma honraria neste ano de 2018.

Nesta segunda-feira (28), um casal de brasileiros resolveu por conta própria somar-se ao esforço do argentino e de todos os milhares que lutam pela mesma causa. A motivação veio da indignação de ver uma juíza do Paraná proibir a visita de Esquivel ao ex-presidente.

A professora Márcia Zupelari Nyilas e o engenheiro João Gilfredo de Alemar Junior embarcaram para Oslo, na Noruega, com uma missão: entregar uma carta ao Comitê Nobel Norueguês com os motivos para que Lula seja escolhido para receber o Prêmio Nobel da Paz.

Eles levam duas cópias do documento junto com um abaixo-assinado, uma para ser entregue ao comitê norueguês e outra ao comitê sueco, em Estocolmo. Keiji Kanashiro, um dos fundadores do PT e ex-secretário executivo do Ministério dos Transportes no governo Lula, junto com outras dezenas de pessoas, também assina a carta.

No documento, os peticionários afirmam: “Lula, hoje aos 72 anos, dedicou toda a sua vida à busca de dignidade para aqueles que mais precisam, os pobres. Como representante sindical, político, presidente e, agora, preso político, nunca deixou de lado sua luta contra a desigualdade social e econômica.”

A professora Márcia Nyilas explica que o desejo de entregar a carta e o abaixo-assinado diretamente no comitê sediado na capital norueguesa surgiu quando Esquivel foi proibido por uma juíza de primeira instância de visitar Lula em seu cárcere político.

“Foi aí que nós pensamos: ‘Se não deixam um prêmio Nobel ir até Lula, nós iremos ate o comitê norueguês levar a mensagem sobre o que significa a vida de luta do ex-presidente.”

Então, o documento que será entregue em Oslo nos próximos dias assim descreve os motivos que levam à petição: “Dar dignidade ao povo, tirando-o da pobreza, é uma forma de salvar vidas, o que, em última análise, nada mais é do que promover a paz. Evidência disso são as palavras do economista Muhammad Yunus, vencedor do Nobel da Paz de 2006, por seus esforços em promover o desenvolvimento econômico e social das classes desfavorecidas: ‘O único lugar onde a pobreza deve existir é em museus'”.

“Eu respondo a vocês todos os dias”, diz Lula

Já de volta ao Brasil, a Curitiba e ao cárcere político do ex-presidente, quem o visitou na sede da Polícia Federal nesta segunda (28) foi o monge titular do Templo Budista de Brasília, Ademar Kyotoshi Sato. Ele passou cerca de uma hora conversando com Lula.

O monge budista Ademar Kyotoshi Sato, que visitou Lula nesta segunda-feira

Após o encontro, o religioso se dirigiu à militância que se mantém por mais de 50 dias na Vigília em frente à sede da PF e disse: “Trago uma mensagem do ex-presidente Lula. Ele diz que responde todos os dias quando vocês dão bom dia, boa tarde, e boa noite.”

O monge disse também que está deixando Curitiba mais tranquilo do que quando chegou. “Lula disse que está indignado, mas confiando ainda na Justiça brasileira para comprovar sua inocência, não só para juízes e promotores, mas para todos os brasileiros e o mundo todo.”

Por Vinícius Segalla, da Agência PT de Notícias, em Curitiba

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