Brasília: em frente ao STF, mulheres protestam por direitos
Manifestações #PorTodasElas e Mulheres Pela Democracia se reúnem em frente ao Supremo Tribunal Federal contra violência de gênero e retrocessos de Temer
Publicado em
Em Brasília, duas manifestações se uniram na luta por mais direitos nesta quarta-feira (1º): a mobilização Por Todas Elas se reuniu na Universidade de Brasília (UnB) e seguiu em direção à Esplanada até a Praça dos Três Poderes, em frente ao STF, onde encontrou grupo Mulheres pela Democracia.
Em protesto contra o governo golpista de Michel Temer, os movimentos de mulheres do Distrito Federal repudiaram as medidas conservadoras que implica na retirada do poder das mulheres no país em pouco menos de 30 dias de gestão ilegítima do governo interino.
Dias após o caso de estupro coletivo de uma jovem adolescente carioca de 16 anos que chocou o País, o governo golpista nomeou titular da Secretaria de Políticas para Mulheres a evangélica e ex-deputada federal Fátima Pelaes (PMDB-AP), que declarou ser contra o aborto inclusive em casos de estupro, que é permitido por lei no Brasil desde 1984.
Mulheres Pela Democracia
A manifestação convocada pela Frente Mulheres Pela Democracia reuniu aproximadamente 300 mulheres em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF) para rejeitar todo tipo de violência contra mulheres.
A ex-ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres Eleonora Menicucci, que esteve presente no ato, criticou o “puxadinho” se referindo ao rebaixamento da perda de competência da secretaria, que agora é ligado ao ministério da Justiça acoplado com as pastas da Secretaria Nacional de Segurança Pública e a Secretaria Nacional de Direitos Humanos.
“Estão pensando que o enfrentamento a violências contra as mulheres é apenas uma questão de polícia. Não é não; é uma questão de educação e cultura. Nós precisamos romper com essa cultura”, declarou Eleonora, se referindo à possibilidade da gestão golpista criar um departamento na Polícia Federal para coordenar o combate a crimes contra a mulher.As mulheres também criticaram a polêmica agenda do ministro golpista da Educação, Mendonça Filho, que na semana passada recebeu em audiência o ator e apresentador Alexandre Frota e ativistas ligados ao movimento Revoltados Online, para propor medidas ligadas a pasta. “Esse governo, além de ilegítimo, não nos representa. Estão desmontando todos os programas sociais, políticas públicas e nada estão oferendo em troca”, criticou a assistente social Julia Pessoa de Almeida. De acordo com Julia, todas as conquistas sociais adquiridas nos últimos dez anos estão ameaçadas com a deposição da presidenta Dilma Rousseff.
Também houve protesto contra o ministro do STF Gilmar Mendes, que foi chamado de golpista. Assim como no ato que cercou o STF no último dia 29, manifestantes lembraram que ele foi o juiz que concedeu um habeas corpus ao médico Roger Abdelmassih, condenado a 278 anos de cadeia por abusar sexualmente de pacientes desacordadas. Com isso, o estuprador fugiu do país.
Por Fabrícia Neves, da Agência PT de Notícias