Campanha: Bolsonaro apela para a mentira, mas cada vez menos gente acredita

Auxílio Brasil de R$ 600, correção da tabela do IR e combustíveis mais baratos em 2023 constituem falsas promessas. “Temos que pedir voto para derrotar a fábrica de fake news criada pelo genocida”, diz Lula

Bolsonaro, o mentiroso contumaz

Que Jair Bolsonaro é um mentiroso contumaz, ninguém tem mais qualquer dúvida. Capaz de produzir diariamente até sete (conta de mentiroso) inverdades ou distorções da realidade, o “mito” mitômano foi particularmente desastroso em relação às promessas feitas como candidato em 2018. Ao longo de três anos e meio de mandato, cumpriu apenas uma em cada três promessas feitas durante a campanha naquele ano.

Não é à toa que mais da metade dos entrevistados em qualquer pesquisa eleitoral afirma “não confiar nunca” no que Bolsonaro diz. Levantamento recente do portal g1, com base no programa de governo apresentado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2018, revela que o inquilino do Palácio do Planalto cumpriu apenas 36% das 53 propostas apresentadas nas mais de 80 páginas do programa.

Os dados mostram ainda que 16% das promessas foram cumpridas apenas de maneira parcial. Já as promessas não cumpridas atingem 48%, ou quase metade das feitas em 2018. Algumas delas, Bolsonaro já anda exibindo novamente, como quem não quer nada (vai que “cola”…). Outras, a realidade trata de desmentir.

O Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) 2023, encaminhado ao Congresso Nacional na última quarta-feira (31), por exemplo, foi considerado por analistas uma “peça de ficção”. A proposta simplesmente não sustenta as diversas promessas do candidato à reeleição. Em alguns casos, até desmascara as reais intenções de Bolsonaro e seu cúmplice e guardião do cofre – o ministro-banqueiro Paulo Guedes.

Na última sexta-feira (2), seis centrais sindicais divulgaram nota em que criticam a proposta orçamentária. CUT, Força Sindical, UGT, CTB, NCST e CSB consideram que a peça “sintetiza algumas das inúmeras mentiras anunciadas por Bolsonaro”. “Além disso, o salário mínimo, pelo quarto ano seguido, é reajustado abaixo da inflação, prejudicando a grande maioria do povo trabalhador e também os aposentados e pensionistas.”

LEIA MAIS: Massacre: Bolsonaro encerra mandato sem reajuste real do salário mínimo

Os sindicalistas afirmam que o desgoverno Bolsonaro, apesar da queda do preço dos combustíveis a conta-gotas, mantém a política de preços dolarizados da Petrobrás. Assim, “tira recursos da saúde, da educação, da segurança, da pesquisa, dos salários dos servidores públicos, para pagar os preços exorbitantes dos combustíveis e continuar enchendo os bolsos dos acionistas”.

LEIA MAIS: Farra dos lucros: Petrobrás dá riqueza do povo para minoria endinheirada

Em eventos da campanha à reeleição, Bolsonaro vem dizendo que prorrogará o imposto federal zero sobre combustíveis. A medida tem validade até 31 de dezembro, mas os especialistas do mercado avaliam que a redução, com efeito temporário na inflação deste ano, pode levar a uma pressão ainda maior sobre os preços do setor em 2023, colocando em xeque a proposta de desoneração.

“Petrobras reduziu preço da gasolina. Motivo? Dólar no mercado externo caiu, ou seja, quando a moeda subir, o combustível sobe de novo, a dolarização continua. Bolsonaro não mexeu no principal pra garantir um preço justo permanente. Mas nós vamos fazer o que precisa ser feito”, garantiu a presidenta nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), em postagem no Twitter.

Orçamento não contempla Auxílio Brasil de R$ 600

Outra mentira desmascarada na LOA é a da manutenção de R$ 600 para o Auxílio Brasil, implementado já no apagar das luzes do desgoverno Bolsonaro com fins meramente “eleitoreiros”, afirmam os sindicalistas. Embora ressaltem não serem contrários ao benefício, as lideranças lembram que o valor médio já está “depreciado pela inflação”.

LEIA MAIS: Bolsonaro pego na mentira! Orçamento de 2023 acaba com auxílio de R$ 600

“Lá vem Bolsonaro com outra lorota, fala em taxar lucros e dividendos pra bancar os R$ 600 de auxílio. Por que não fez antes? Por que não apoiou a da oposição que também taxa super-ricos, iates e jatinhos? Alguém acredita nesse presidente que acaba de cortar R$42 bi do SUS em 2023?”, questionou Gleisi Hoffmann em outra postagem no Twitter.

A correção da tabela do Imposto de Renda, que Bolsonaro prometeu implementar ainda em 2018, é outro compromisso não cumprido ao qual ele volta a apelar. “Essas e as inúmeras outras mentiras precisam acabar. A sociedade tem nas suas mãos essa decisão em outubro”, afirmam as centrais sindicais na nota.

LEIA MAIS: Sem atualização da tabela do IR, Bolsonaro mantém arrocho da classe média

Fome avança no país e corrupção grassa na família de Bolsonaro

Bolsonaro também vem dizendo em suas intervenções públicas que a fome no Brasil “não é o que pintam”, numa tentativa rasteira de encobrir os 33 milhões de famintos que seu desgoverno produziu. Apelou inclusive para um estudo do presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) para camuflar a realidade, sob críticas reiteradas do corpo profissional do órgão, subordinado ao Ministério da Economia.

LEIA MAIS: Bolsonaro usa Ipea para tentar esconder 33 milhões de famintos no país

Além disso, repete como um mantra a frase “neste governo não há corrupção”. Mesmo após ter sido tornado público o fato de que ele e diversos membros de sua família compraram 51 imóveis com o uso de dinheiro vivo ao longo da vida pública de Bolsonaro.

LEIA MAIS: Você pagaria por um imóvel com dinheiro vivo? O clã Bolsonaro comprou 51

Outro caso é o do reajuste do funcionalismo federal. A Lei Orçamentária prevê uma reserva de R$ 11,6 bilhões para reajustes salariais de servidores públicos do Executivo. O valor é suficiente para aumentar as remunerações do funcionalismo em menos de 4%, bem abaixo da inflação corrente e menor do que os 5% sinalizados anteriormente. Para Bolsonaro, esse “detalhe” não importa. O que vale é continuar espalhando falsas promessas para tentar se reeleger.

No comício que fez em Belém, na quinta-feira (1º), Luiz Inácio Lula da Silva descreveu os vários motivos que o fazem querer ser presidente do Brasil mais uma vez. E um deles é garantir que as brasileiras e os brasileiros tenham oportunidade de prosperar.

“O presidente mandou a LDO, que vai ser o orçamento do ano que vem, e não tem aumento de salário mínimo (acima da inflação), não tem aumento para o servidor público e não tem, sequer, reajuste na tabela do Imposto de Renda para que o pobre não pague tanto imposto”, denunciou Lula.

LEIA MAIS: Lula no PA: “Crédito para empreender e salário decente para trabalhar”

“Eu sozinho não não sou nada, mas juntos somos muita coisa. Então, eu queria que cada um de vocês se transformasse num Lula a partir de hoje. Faltam 30 dias. Cada um de vocês é um Lula. Nós temos que pedir voto no grupo de zap, no lugar que a gente trabalha, no lugar em que a gente estuda, no Twitter, para a gente derrotar a fábrica de fake news, a fábrica de mentiras criada pelo genocida”, concluiu o presidente mais popular da história.

Da Redação

Tópicos:

LEIA TAMBÉM:

Mais notícias

PT Cast