Colômbia: esquerda é vitoriosa no Senado e lidera corrida presidencial

Pacto Histórico garante 17 das 102 cadeiras no Senado. Na escolha dos nomes que disputarão a Presidência, Gustavo Petro obtém 4,5 milhões de votos e se consolida como favorito ao pleito do dia 29 de maio

Foto: Divulgação

Gustavo Petro lidera as pesquisas de opinião na Colômbia

À medida que cresce a percepção do fracasso absoluto do modelo neoliberal de governança entre as populações da América Latina, sobretudo após a pandemia, o campo progressista avança na construção de consensos em torno de projetos comprometidos com a união entre desenvolvimento econômico e justiça social. Neste domingo (13), a esquerda colombiana, que integra a coalizão Pacto Histórico, obteve uma vitória histórica nas eleições legislativas, abrindo caminho para o líder Gustavo Petro credenciar-se como favorito às eleições presidenciais de 29 de maio. Com mais de 99% dos votos apurados, o Pacto Histórico obteve 17 entre 102 cadeiras no Senado. Os partidos Conservador e Liberal, por sua vez,  garantiram 15 assentos cada um.

Já na Câmara dos Deputados, em uma disputa acirrada, os progressistas empataram com o partido Conservador, com 25 vagas cada, de um total de 165. Os liberais garantiram 32 assentos. A população também definiu os nomes dos candidatos das coligações à Presidência e Petro assegurou seu nome como concorrente do bloco progressista.

Gustavo Petro mostrou a força da esperança no campo popular ao liderar as primárias com mais de 4,5 milhões de votos, enquanto seu principal adversário, o direitista Federico Gutiérrez arrebanhou 2,1% milhões de votos. Já Sergio Fajardo, da Centro Esperanza, obteve 720 mil votos. Assim, Petro Fajardo e Gutiérrez irão se enfrentar no pleito que poderá eleger o candidato do Pacto Histórico.

Se for eleito, Petro irá juntar-se a Alberto Fernández (Argentina), Luis Arce (Bolívia), Xiomara Castro (Honduras), Pedro Castillo (Peru) e Gabriel Boric (Chile), entre outros nomes do campo progressista que fazem frente a um liberalismo decadente e/ou a uma extrema direita truculenta e antidemocrática.

“A grave crise econômica e sanitária abre via da 2° onda progressista na América Latina, cuja saída deve ser distinta da 1° onda interrompida pela direita neoliberal”, apontou o economista Márcio Pochmann, presidente do Instituto Lula. “Após o Chile, agora é a vez da Colômbia validar a esquerda e, logo mais, o Brasil confirmar a expectativa de mudança social”, avalia o economista.

Petro foi prefeito de Bogotá e está por trás da articulação de um acordo de paz  com as (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), assinado em 2016 pelo então presidente Juan Manuel Santos. O candidato do Pacto Histórico é formado em Economia pela Universidade Externado da Colômbia.

Da Redação

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