Comitê LGBTI divulga manifesto pedindo que STF anule processo
Formado por mais de 15 entidades, o comitê foi inaugurado e um manifesto “Eleição sem Lula é Fraude” vai ser assinado e entregue no Supremo
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Militantes de movimentos sociais do movimento LGBTI lançaram nesta segunda-feira (22), em Porto Alegre, o comitê popular estadual LGBT e assinaram um manifesto pedindo ao Supremo Tribunal Federal que anule o processo contra o ex-presidente Lula.
Representantes de quinze movimentos, além do PT e PCdoB de diferentes regiões do Rio Grande do Sul defenderam a construção de uma unidade em torno do direito de Lula ser candidato.
Os militantes lembraram os programas de inclusão e as políticas LGBT dos governos Lula e Dilma que, de acordo com eles, “foram tratados como sujeitos políticos” pela primeira vez pelo governo federal.
Foram citados o Programa Brasil sem Homofobia (2004), a dar status de ministério à Secretaria de Direitos Humanos, a criação da Coordenação Geral de Promoção dos Direitos LGBT (2008), reconhecimento dos direitos de casais do mesmo sexo no serviço público federal (2010), além dos programas sociais que melhoraram a vida dos LGBTs nas periferias que é onde aumenta a incidência de violência.
“Minha preocupação é de que a onda reacionária alcance um nível de repressão ainda maior. Por isso, a democracia significa vida. Então o dia 24 significa isso para nós. Lula foi o primeiro que teve a coragem de criar um programa que é o Brasil Sem Homofobia e eu tive a oportunidade de conversar com embaixadores no Brasil que ajudaram a elaborar”, declarou a militante da Liga Brasileira de Lésbicas Roselaine Dias.
O curador e historiador de arte Gaudência Fidélis, alvo de ataques após o fechamento da exposição Queermuseum, participou do ato de lançamento do comitê popular e também assinou o manifesto.
“O fechamento da exposição Queermuseum representou uma violência aos nossos valores mais fundamentais. Grande parte dos ataques foram não só de criminalização das artes, mas das pautas LGBTs. A comunidade LGBT sabe que essa luta pelos direitos e pela democracia, que não é uma coisa perene, tem que ser empreendida todo dia. E isso passa pelo direito de Lula ser candidato”, afirmou Gaudêncio.
Filiada ao PCdoB e militante da União Nacional LGBT, Natasha Ferreira alertou para a laicidade do estado, totalmente violada pelo governo golpista. “Milhões saíram da pobreza, lutamos por um mundo mais justo, igual e soberano. Se Lula representa isso tudo precisamos fazer essa disputa real. Hoje fecharam a exposição do Queermuseum, amanhã fecham nosso comitê. Depois disso, nos impedem até de expressar nossas falas. Então desde já convoco os LGBTs a aumentar esse movimento, pois só há disputa democrática se Lula for candidato”.
Segundo Naiara Malavolta, que também vai participar do Comitê Judiciário Federal que será criado nesta terça-feira (23), associar a resistência do dia 24 e que esse ano de 2018 representa ao fortalecimento do movimento LGBTI. “A gente vive um contexto atípico. Nós não esperávamos nos deparar com isso em 2018. Então precisamos fazer resistência ou as coisas andarão muito para trás”.
Da Redação da Agência PT de Notícias, enviada especial a Porto Alegre (RS)