Congresso é teatro que tem como roteiro a hipocrisia, diz senadora

Na avaliação da senadora petista Angela Portela, o Congresso Nacional julga injustamente a presidenta eleita Dilma Rousseff, uma mulher honesta

Senadora Angela Portela (PT-RR) Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado

A senadora Angela Portela (PT-RR), falou ao plenário do Senado, na tarde desta terça-feira (30), afirmando que a presidenta eleita Dilma Rousseff é “uma mulher honesta, absolutamente honrada na vida pública”. Ela foi categórica: “Trata-se de um golpe parlamentar. A partir de uma trama dos derrotados de 2014 e parlamentares comprovadamente envolvidos em corrupção”.

“Talvez seja o golpe mais brutal que já vimos”, disse a senadora, acrescentando que estão conduzindo as instituições brasileira ao descrédito. Ela disse ainda que “estamos em via de assistir a uma ruptura institucional”. “Está sendo criado um precedente perigoso, que colocará em risco a estabilidade de prefeitos, governadores e futuros presidentes”.

Portela reforçou que os atos praticados pela presidenta que estão sendo julgados foram igualmente praticados por governos anteriores, mas agora são interpretados de maneira deturpada. “A presidenta eleita Dilma Rousseff não cometeu crime de responsabilidade, condição para o impeachment”, afirmou.

Ela ainda criticou a decisão de cartas marcadas, dizendo que “o debate é inútil”. Segundo a senadora, “justiça é algo que não se pode dizer desse processo e os algozes de Dilma sabem disso”.

A senadora relembrou as palavras do advogado da presidenta, José Eduardo Cardozo, dizendo que “não há tortura pior para um ser humano que a culpa de condenar um inocente”.

Dirigindo-se aos cidadãos brasileiros “neste momento que a violência institucional golpeia a democracia”, Angela Portela afirmou que nos últimos anos, o brasileiro teve trabalho, renda, moradia e atendimento médico. “O trabalhador pode ver os filhos na universidade e esse sonho está ameaçado”, acrescentou.

Para ela, “a presidenta demonstrou atenção especial ao nosso povo”. Citou os cerca de 30 mil beneficiados pelo Minha Casa Minha Vida em seu estado, além de obras do PAC, do programa Luz Para Todos e da inauguração de uma Casa da Mulher Brasileira em Boa Vista.

Portela afirmou que “Dilma se empenhou para resolver os problemas energéticos do estado, que lamentavelmente voltaram a nos atormentar nas últimas semanas”. “Meu estado querido de Roraima, sempre esquecido, lá na fronteira norte do Brasil, pela primeira vez recebeu um tratamento digno” durante o governo Dilma, afirmou.

De acordo com a senadora, agora os ganhos sociais estão ameaçados por um governo que só pensa nos arquitetos do golpe. “Se o golpe parlamentar for concretizado, nos restará contar com a consciência crítica e a disposição para a luta do povo brasileiro.”

“Querem nos convencer de que é bom trocar saúde pública pela privada, que é bom pagar pela universidade privada ao invés da pública, que é bom se aposentar aos 70, que é bom o salário mínimo não ter ajuste, que o bom é cada um cuidar da própria vida”.

Finalizando seu discurso, a senadora de Roraima afirmou que “condenam uma mulher que não cometeu qualquer crime, na esperança de que as investigações que os ameaçam cessem ou sejam feitas em ritmo mais lento”.

“O Congresso Nacional transformou-se em um teatro, onde o roteiro é a hipocrisia”, disse a senadora. “Pela legalidade, pela democracia, pelos interesses do povo de Roraima e do povo brasileiro, eu voto não”, concluiu.

Da Redação da Agência PT de Notícias

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