Convênio entre o MST e Maricá leva alimentos saudáveis a famílias

O projeto existe há três anos e promove a formação teórica e prática da população em agroecologia

MST

No município de Maricá, na região metropolitana do Rio de Janeiro, uma parceria entre a prefeitura e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) tem proporcionado a várias famílias o direito à alimentação saudável. A Cooperar, uma cooperativa de trabalho em assessoria e empresas sociais em assentamentos de reforma agrária, mantém um convênio com a cidade que permite aos moradores de Maricá cultivar os próprios alimentos e até mesmo comercializá-los, gerando assim uma fonte de renda para jovens e adultos.

Em entrevista ao programa Brasil de Fato Rio de Janeiro na última terça-feira (2), a agrônoma e técnica da Cooperar, Joana Duboc Bastos, explicou que o projeto existe desde 2016 e tem como principal objetivo promover a formação teórica e prática em agroecologia da população local. O projeto é constituído por uma unidade produtiva demonstrativa, que produz alimentos cotidianamente e é cuidada com vários tipos de técnicas de solo e manejo, ao mesmo tempo que acontece a formação com as famílias interessadas em aprender a produzir. São ensinados desde o processo de preparo do solo, cultivo de mudas, a própria forma de comercialização, como acessar as políticas públicas da alimentação escolar e muito mais.

“A gente faz todo um processo de formação para que caso a família tenha interesse, ela melhore a sua forma de produzir a partir das bases da alimentação saudável, sem agrotóxicos que a agroecologia proporciona”, destacou Duboc.

A iniciativa, que ocorre no bairro Manu Manuela, também atua em conjunto com outros programas da prefeitura, como as hortas comunitárias e hortas escolares. Duboc explica que nas hortas comunitárias cada família tem acesso a 400 m², sem a posse da terra, mas sim o direito de uso. As famílias apreendem com a cooperativa as técnicas e passam a ter direito à área para fazer seu plantio e poder passar a consumir produtos de qualidade diversificada.

O início foi um desafio. Duboc contou que a área não tinha plantio e era extremamente ácida. Hoje com o manejo feito no solo, as famílias produzem de 90 a 180 caixas de hortaliça por semana em cada área de 400 m².

“O objetivo desse projeto é fomentar o desenvolvimento local a partir da agroecologia. O que a gente vê de retorno é que, a partir do trabalho, as famílias começam a ter esperança, porque muitas não acreditavam que era possível. Elas passam a querer produzir e a melhorar a sua forma de lidar com a alimentação, começam a produzir produtos que elas não conheciam, enfim, abrem o leque de possibilidades”, relatou.

Aqueles que quiserem conhecer a experiência podem entrar em contato com o e-mail [email protected] e agendar uma visita. Para capacitações e oficinas basta acessar o site da prefeitura e participar das chamadas abertas.

Por Brasil de Fato

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