Coutinho nega ingerência de Lula em contratos do BNDES

O presidente do BNDES foi o primeiro a depor na CPI que investiga contratos do banco; de acordo com ele, o petista nunca se envolveu, sobretudo para beneficiar outros países

A CPI do BNDES realiza audiência pública, para ouvir o presidente da instituição, Luciano Coutinho (Antonio Cruz/Agência Brasil)

O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, afirmou que nunca houve ingerência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ex-ministro José Dirceu na instituição, sobretudo para beneficiar países, em contratos internacionais, desde que ele assumiu o cargo, em 2007.

Coutinho depõe na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do BNDES nesta quinta-feira (27). O presidente do Banco foi a primeira pessoa a ser ouvida pela CPI, criada para apurar possíveis irregularidades praticadas pelo BNDES, entre 2003 e 2015.

“Posso afirmar que Lula jamais solicitou, interferiu, em qualquer projeto específico no BNDES nem quando presidente”, declarou. Coutinho acrescentou que, como ex-presidente, Lula jamais interferiu em projetos do BNDES.

O presidente do Banco afirmou nunca ter se relacionado com o ministro da Comunicação Social, Edinho Silva, que foi tesoureiro da campanha à reeleição da presidenta Dilma Rousseff, em 2014.

Por cerca de seis horas, Coutinho respondeu aos questionamentos dos parlamentares. Ele explicou que os empréstimos feitos pelo BNDES a países com risco elevado, como Angola e Cuba, têm garantia de liquidez.

O presidente citou o exemplo de Angola, onde o petróleo garante o cumprimento dos contratos com o banco por meio da conta-petróleo.

“A construção de garantias sólidas permite que a gente possa fazer as operações de maneira muita segura. Não há inadimplemento nestas operações”, detalhou.

Coutinho avaliou que o porto cubano de Muriel ganha ainda mais importância, devido à reaproximação do país com os Estados Unidos. O presidente garantiu ainda que a escolha de integrantes do Conselho de Administração e da diretoria do BNDES é livre de orientações ideológicas ou partidárias.

De acordo com ele, as operações são definidas após análise técnica da capacidade econômico-financeira das empresas. As decisões são tomadas por colegiados. “O BNDES cumpre com folga todas as regras do regulador. Observamos todas as orientações dos órgãos de controle”, garantiu.

Ao longo de seu depoimento, Coutinho esclareceu que a instituição tem baixo risco de inadimplência e gera lucros para o Tesouro Nacional por meio de dividendos.

Lava Jato – Questionado sobre as consequências da Lava Jato para o BNDES, Coutinho disse que não há riscos para a instituição por ter financiado obras de empreiteiras investigadas.

O presidente explicou que o banco adotou procedimentos “de grande cautela, dentro da lei” para as empresas sob investigação que ainda possuem contratos com o BNDES.

A CPI aprovou a convocação dos ex-presidentes do Banco Carlos Lessa, Eleazar de Carvalho, Demian Fiocca e Guido Mantega para deporem.

Da Redação da Agência PT, com informações da “Agência Câmara”

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