CPI avança com quebra de sigilo de Pazuello, Araújo e ‘gabinete do ódio’

Abertura de sigilo telefônico e telemático também atingirá entidades médicas. “Essas instituições podem ter sido financiadas por empresas que vendem cloroquina”, afirma o senador Humberto Costa (PT-PE)

Foto: Agência Senado

Humberto Costa, sobre a quebra de sigilo de associações médicas e empresas: “Nossa suspeita é de que, por meio dessas empresas, muitos blogues de divulgação de discursos de ódio, de divulgação de medicamentos que não têm eficácia contra a Covid-19, muita gente tenha recebido dinheiro público para fazer esse trabalho”

Mesmo sem ouvir o governador do Amazonas, Wilson Lima, resguardado por um habeas corpus preventivo concedido pela ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal, a CPI da Covid avança nas investigações para descobrir os responsáveis pela tragédia que ceifou a vida de quase meio milhão de pessoas no Brasil.

Nesta quinta-feira (10), a comissão aprovou importantes requerimentos para a quebra de sigilo telefônico e telemático de peças-chave no espectro governista. Com isso, a comissão se aproxima, cada vez mais, de identificar as digitais de Bolsonaro na crise. Entre os nomes aprovados estão o ex-ministro da Eduardo Pazuello, o ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo, o empresário Carlos Wizard e integrantes do chamado gabinete do ódio, como o assessor internacional da Presidência da República, Filipe Martins.

Outra quebra de sigilo importante é a do auditor do Tribunal de Contas da União (TCU), Alexandre Figueiredo Costa e Silva Marques. Ele produziu um relatório fraudulento que identificava uma “supernotificação” de mortes por Covid-19 no país. O documento, utilizado por Bolsonaro e por suas redes de disseminação de fake news, foi produzido pelo pai do servidor, que é militar e amigo do presidente. Diante da gravidade do episódio, Marques foi afastado do TCU, que abrirá processo disciplinar contra o auditor e uma investigação sobre o caso.

Associações médicas

Também entraram na lista da CPI associações e entidades médicas e empresas suspeitas de fazer negócios para promover o uso da cloroquina, um medicamento sem eficácia para tratamento da Covid-19. “Essas instituições podem ter sido financiadas por empresas que vendem cloroquina. E é isso que iremos descobrir”, afirmou o senador Humberto Costa (PT-PE).

“Nossa suspeita é de que, por meio dessas empresas, muitos blogues de divulgação de discursos de ódio, de divulgação de medicamentos que não têm eficácia contra a Covid-19, muita gente tenha recebido dinheiro público para fazer esse trabalho”, explicou Costa.

Para o senador, é muito importante a quebra de sigilo dessas associações e entidades médicas, que podem ser financiadas por essas empresas que ganharam muitos milhões de reais com a venda indiscriminada de cloroquina, de ivermectina”.

Veja a lista completa dos nomes, associações e empresas que terão sigilo quebrado pela CPI:

  • Filipe Martins, assessor internacional da Presidência da República;
  • Ernesto Araújo, ex-ministro das Relações Exteriores;
  • Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde;
  • Zoser Hardman, ex-assessor especial do Ministério da Saúde;
  • Túlio Silveira, representante da Precisa Medicamentos;
  • Paolo Zanotto, médico;
  • Marcellus Campêlo, ex-secretário de Saúde do Amazonas;
  • Luciano Dias Azevedo, médico;
  • Hélio Angotti Neto, Secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde do Ministério da Saúde;
  • Francisco Ferreira Filho, Coordenador do Comitê da Crise do Amazonas;
  • Francisco Emerson Maximiano, sócio da Precisa Medicamentos;
  • Francieli Fontana Fantinato, coordenadora do Programa Nacional de Imunização (PNI);
  • Flávio Werneck, ex-assessor de Relações Internacionais do Ministério da Saúde;
  • Antônio Elcio Franco Filho; ex-secretário Executivo do Ministério da Saúde;
  • Camile Giaretta Sachetti, ex-diretora do departamento de Ciência e Tecnologia da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde;
  • Arnaldo Correia de Medeiros, secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde
  • Alexandre Figueiredo Costa e Silva Marques, auditor do Tribunal de Contas da União (TCU);
  • Mayra Pinheiro, secretária de Gestão do Trabalho e da Educação do Ministério da Saúde
  • Associação Dignidade Médica de Pernambuco
  • Empresa PPR – Profissionais de Publicidade Reunidos
  • Calya/Y2 Propaganda e Marketing
  • Artplan Comunicação

Da Redação

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