Dartora: “Tivemos uma retomada significativa de políticas contra o racismo estrutural”
Em entrevista ao programa Café PT, deputada federal destacou as políticas públicas do governo Lula e as expectativas para as eleições
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No programa “Café PT” desta terça-feira (18), a deputada federal Carol Dartora (PT-PR) abordou importantes temas sobre políticas públicas voltadas à promoção da igualdade racial.
A parlamentar fez um balanço do primeiro ano do terceiro mandato do presidente Lula e destacou vários pontos relevantes sobre as ações e desafios no combate ao racismo estrutural no Brasil.
Carol Dartora destacou a retomada de políticas que visam mitigar o racismo. “Esse primeiro ano a gente teve uma retomada significativa de políticas que têm o objetivo central mesmo de atacar o quadro de racismo estrutural que a gente tem no nosso país.”
Entre os exemplos mencionados, estão a renovação da lei de cotas para universidades e o aumento do salário mínimo, políticas que impactam significativamente a população negra ao melhorar suas condições de vida.
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Sistema de cotas
A deputada discutiu o sistema de cotas nos concursos públicos, que completou dez anos. Dartora ressaltou a importância dessa política como uma solução promovida pelo movimento negro e seu sucesso em diversos países.
“A política de cotas, tanto para as universidades quanto para os serviços públicos, é uma solução produzida pelo movimento negro,” disse ela.
No entanto, ela enfatizou a necessidade de aprimoramento, dado que ainda há áreas onde a cota de 20% não foi cumprida e cargos onde as pessoas negras ocupam posições de baixos salários. Dartora mencionou a expectativa de discutir a renovação e ampliação desta política na Câmara dos Deputados, incluindo a inclusão de cotas para indígenas e quilombolas.
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Carol Dartora abordou a resistência encontrada no Congresso Nacional, destacando debates controversos e a necessidade de letramento racial para que a sociedade e os parlamentares entendam a história e as razões das desigualdades raciais. “Infelizmente, a gente tem um congresso ainda bastante conservador,” afirmou Dartora.
Ela enfatizou que a convivência e a diversidade têm potencial educativo e são fundamentais para superar o racismo.
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Impacto cultural e racismo estrutural
A deputada explicou como o racismo estrutural e cultural se manifestam na sociedade brasileira. Ela descreveu a abolição inacabada no Brasil e como as pessoas negras foram abandonadas após a escravidão, sem acesso a terras ou indenizações, o que perpetuou a pobreza entre a população negra.
“O racismo tem duas etapas, vamos chamar assim. A gente tem o quadro de racismo estrutural, então a forma como a nossa sociedade se organiza é a partir dessa desigualdade racial,” explicou Dartora. Ela destacou a importância de políticas que promovam justiça e a necessidade de combater o racismo por meio de ações práticas e atitudes antirracistas.
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Violência de gênero
A entrevista também abordou a violência de gênero, especialmente agravada para mulheres negras, que enfrentam o impacto combinado do racismo e do machismo.
Dartora relatou como a violência no Congresso se intensifica à medida que mais mulheres ocupam espaços políticos.
“Conforme as mulheres vão chegando, vão entrando, vão fazendo os enfrentamentos que precisam fazer para avançar, existe uma resistência também,” disse Dartora, e como a pauta conservadora e extremista agrava essa situação.
Expectativas para as eleições
Por fim, Carol Dartora falou sobre as expectativas para as eleições deste ano e a importância de aumentar a presença de mulheres, especialmente negras, em espaços políticos.
“Meu desejo para essas eleições é que a gente veja muitas candidatas prefeitas, mulheres, vereadoras, em todas as cidades do Brasil”. Ela defendeu mudanças na legislação para garantir maior representatividade e consolidar a democracia, citando o exemplo do México, que aprovou paridade de gênero no Congresso.
A deputada Carol Dartora finalizou a entrevista reafirmando o compromisso com a luta por igualdade e justiça social, e a necessidade de continuar avançando em políticas públicas que promovam a inclusão e combatam o racismo estrutural no Brasil.
Assista à íntegra do Café PT com a deputada:
Da Redação