Deputados prometem levar Bolsonaro ao Conselho de Ética
Deputado ofendeu Maria do Rosário (PT) no plenário da Câmara dos Deputados
Publicado em
A ex-ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República e deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) foi agredida pelo deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) no plenário da Câmara dos Deputados, nesta terça-feira (9). Após discurso da petista, o parlamentar afirmou que não a estupraria porque ela não merece.
Maria do Rosário havia falado sobre a ditadura militar brasileira (1964-1985), por ocasião da entrega do relatório final da Comissão Nacional da Verdade (CNV), e pelo Dia Internacional dos Direitos Humanos, comemorado na quara-feira (10).
Ela enalteceu o papel dos que lutaram pela democracia e pediu a responsabilização de todos os agentes de estado envolvidos nos crimes de lesa humanidade, cometidos durante o período.
“Às vésperas do Dia Internacional dos Direitos Humanos, viva a democracia, viva os lutadores pela paz, viva os que enfrentaram a ditadura e viva as forças armadas de hoje, que são parte da democracia e não são avessas ao estado democrático de direito”, afirmou Maria do Rosário.
A deputada não aguardou o pronunciamento do deputado Bolsonaro, que a chamou pelo microfone, pedindo para ela ficar e ouvir.
Pela atitude, os deputados Jô Moraes (PCdoB-MG), Fernando Ferro (PT-PE), Amauri Teixeira (PT-BA) e Jean Wyllys (PSOL-RJ), informaram que vão representar contra o Bolsonaro no Conselho de Ética da Câmara, por quebra de decoro parlamentar.
Para o deputado Jean Wyllys, a Corregedoria e o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados não podem mais tolerar os abusos do deputado do PP. Segundo ele, os parlamentares que entrarão com mais uma representação esperam que os órgãos competentes da Casa tomem medidas contra os sucessivos abusos cometidos por ele.
“Essa frase materializa uma mentalidade misógina, machista e de estímulo à violência sexual contra a mulher”, frisou Wyllys.
“Faremos mais uma representação na Corregedoria e no Conselho de Ética da Câmara e esperamos que, desta vez, a Casa tome providências concretas contra os abusos que este deputado vem provocando”, concluiu.
Por Guilherme Ferreira, da Agência PT de Notícias