Desânimo com o governo Bolsonaro atinge 71% das mulheres brasileiras
Mais prejudicadas pelo desastre econômico de Bolsonaro e pela sua incapacidade de governar, população feminina está pessimista com o futuro do país
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Aos seis meses de um governo apático e incapaz de fazer política, os brasileiros estão cada vez mais desanimados com o futuro do país. O sentimento atinge especialmente as mulheres, que tem sofrido duras perdas em meio ao desgoverno de Jair Bolsonaro (PSL). É o que mostra a pesquisa DataFolha feita nos dias 04 e 05, publicada nesta segunda-feira (08) pela Folha de S. Paulo.
O levantamento mostra que o desânimo atinge 71% da população feminina com mais de 16 anos. Entre os homens, número daqueles que se dizem pessimistas com o futuro caiu para 55%. A diferença não é a toa. Responsáveis pelos cuidados com o lar na maior parte das famílias, as mulheres são as que mais sofrem com o desastre econômico e instabilidade do governo.
Com o desemprego atingindo mais de 13 milhões de brasileiros, a previsão para o Produto Interno Bruto (PIB) despencando e a alta na inflação, o consumo das famílias caiu e já atinge produtos considerados essenciais como alimentos, bebidas e materiais de higiene pessoal.
As mulheres estão cortando produtos da lista de compras e voltando para casa com menos sacolas, segundo pesquisa realizada pela consultoria Kantar e divulgada pelo Estado de S. Paulo em abril.
No âmbito econômico, também destaca-se a proposta de reforma da Previdência que é ainda mais cruel para as mulheres. O texto-base aprovado pela comissão especial da Câmara aumenta a idade mínima para que elas possam de aposentar de 60 para 62 anos dentre outros retrocessos.
Desmonte de políticas públicas para mulheres
Se com esse cenário econômico já é difícil manter a esperança em um futuro melhor, quando o assunto é política a população feminina também não teve boas notícias ao longo desses penosos seis meses.
Em abril, a ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, declarou que não vai dar continuidade ao programa Casa da Mulher Brasileira. A iniciativa entrou em vigor no governo da ex-presidenta Dilma Rousseff, em 2013, para integrar e ampliar a rede de apoio a mulheres vítimas de violência.
Nesse sentido, outro grande retrocesso são os decretos para liberação de armas, principal proposta de campanha de Bolsonaro. Até agora, já foram editados sete decretos que preveem a flexibilização da posse ou porte de armamento. As medidas devem aumentar e agravar os casos de violência doméstica, explica a cofundadora da Rede Feminista de Juristas (DeFEMde), a advogada Marina Ganzarolli.
Diversas pesquisas trabalham com indicadores de risco nos casos de violência doméstica, um desses indicadores é o acesso a armas de fogo, porque quando o homem tem o momento de explosão (…), se ele tiver uma arma ao seu alcance, ele vai usar – ressalta.
Da Redação da Secretaria Nacional de Mulheres do PT, com informações da Folha de S. Paulo