Desemprego recua, informalidade avança e desalento se mantém

Em 12 meses, são mais 435 mil vagas sem carteira e 437 mil por conta própria. Mercado formal fecha 444 mil. País tem 600 mil desalentados a mais, para um total de 4,8 milhões

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A taxa média de desemprego no país recuou para 12,1% no trimestre encerrado em agosto, em movimento comum para o período, ante 12,7% em maio e 12,6% em agosto do ano passado, segundo o IBGE. Mas a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua mostra que esse recuo continua se dando, basicamente, pelo trabalho sem carteira e autônomo ou via empreendedorismo, porque o emprego formal pouco avança. O desalento se mantém, crescendo, inclusive, em relação a 2017.

Os 12,1% correspondem a uma estimativa de 12,707 milhões de desempregados, 529 mil a menos (-4%) no trimestre e menos 407 mil (-3,1%) em 12 meses. São, respectivamente, 1,195 milhão (1,3%) e 1,020 milhão (1,1%) de ocupados a mais.

Desses quase 1,2 milhão de vagas em três meses, menos de 300 mil são de emprego com carteira assinada, incluindo setor privado (193 mil), trabalho doméstico (44 mil) e setor público (62 mil). São 341 mil por conta própria, 124 mil postos de trabalho sem carteira no setor privado e 148 mil no setor público e 86 mil empregadores.

Em 12 meses, esse acréscimo na força de trabalho se dá pelo emprego sem carteira, com 435 mil, crescimento de 4%, e pelo trabalho por conta própria, acréscimo de 437 mil (1,9%). Já o emprego com carteira cai 1,3%, com perda de 444 mil vagas formais.

O total de desalentados – pessoas que desistiram de procurar trabalho – ficou estável no trimestre, somando 4,8 milhões. Mas cresceu 13,2% na comparação com agosto do ano passado. São 600 mil a mais.

A chamada taxa de subutilização (pessoas que gostariam de estar trabalhando mais) também ficou estável ante maio. E cresceu 0,4 ponto percentual em um ano, de 24% para 24,4%. São 27,5 milhões de pessoas, crescimento de 2,8% em 12 meses (acréscimo de 756 mil).

Entre os setores, os únicos a crescer no trimestre foram agricultura/pecuária (252 mil), administração pública/saúde/seguridade/educação (361 mil) e serviços domésticos (154 mil). Os demais mantiveram estabilidade. Em 12 meses, novamente administração pública (473 mil), outros serviços (260 mil) e serviços domésticos (156 mil) têm alta, enquanto a construção civil fecha 195 mil postos de trabalho.

O rendimento médio, estimado em R$ 2.225, ficou estável nas duas comparações, segundo o IBGE. O mesmo acontece com a massa de rendimento, que soma R$ 199,9 bilhões.

Do Brasil de Fato

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