Dia das Crianças: varejo prevê R$ 10 bi em vendas, maior nível em 12 anos

Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) estima maior fatia das vendas para o setor de vestuário e calçados no dia 12 de outubro

Fernando Frazão/Agência Brasil)

Comércio aquecido: brinquedos e eletroeletrônicos devem movimentar R$ 2,6 bilhões

Mesmo com o crédito mais caro por causa das altas taxas de juros impostas pelo Banco Central (BC), o comércio segue aquecido no país, resultado direto do aumento do emprego e da renda promovido pelo governo Lula. Projeção feita pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), divulgada na quarta-feira (1º), aponta que as vendas para o Dia das Crianças, no próximo dia 12 de outubro, deverão movimentar R$ 9,96 bilhões no comércio. Se confirmado, será o melhor resultado do setor em 12 anos.

A projeção representa ainda uma alta de 1,1% em relação ao ano passado, quando as compras somaram R$ 9,85 bilhões. A estimativa de vendas de quase R$ 10 bilhões perde apenas para o ano de 2014, quando o setor alcançou R$ 10,5 bilhões, cálculo em valores reais já incluídos a inflação do período levantado.

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O Dia das Crianças é a terceira data mais importante para o comércio no país, perdendo em valores apenas para a comemoração do Natal, que obteve um total de R$ 72,8 bilhões em 2024, e o Dia das Mães, com um montante de R$ 14,5 bilhões em vendas neste anos.

De acordo com a CNC, uma maior fatia das vendas irá para o setor de vestuário e calçados, que representam um total de 27% do montante.

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Vendas por segmentos

A Confederação também fez projeções da expectativa de vendas deste ano para cada segmento comercial que diz respeito aos dados:

– Vestuário, calçados e acessórios: R$ 2,71 bilhões

– Eletroeletrônicos e brinquedos: R$ 2,66 bilhões

– Farmácias, perfumarias e cosméticos: R$ 2,15 bilhões

– Móveis e Eletrodomésticos: R$ 1,29 bilhão

– Hiper e supermercados: R$ 690 milhões

– Outros segmentos: R$ 45 milhões

Com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15), a expectativa da Confederação é de que o preço médio da cesta composta por 11 grupos de bens e serviços relacionados ao Dia das Crianças apresente variação de 8,5% em relação aos mesmos dados no ano passado.

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Ainda segundo a CNC, o avanço médio de preços deverá ser puxado por alimentos, como chocolates (24,7%), doces (13,9%) e lanches diversos (10,9%).

Em contrapartida, alguns itens considerados carros-chefes de vendas no Dia das Crianças, como brinquedos e artigos de vestuário, tendem a registrar menores variações do que a do nível geral de preços ficando em 4,6%.

Juros são entrave ao comércio

Segundo o economista-chefe da CNC, Fabio Bentes, mesmo com o mercado de trabalho aquecido, a política monetária do Banco Central, que mantém há meses a taxa Selic em 15%, freia o consumo. “O crédito caro obriga o consumidor a priorizar gastos essenciais, reduzir compras parceladas, o que afeta diretamente os lojistas de produtos financiados”, argumenta Bentes.

“Para o consumidor, essa evolução dos juros básicos da economia representa um processo de encarecimento do crédito no qual a taxa média se encontra no maior patamar para meses de julho (57,65% ao ano) desde o ano de 2017”, destaca a CNC, em relatório.

Da Redação, com CNC e Agência Brasil

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