Dilma condena grampo e interpretação “desvirtuada” de conversa

De acordo com a presidenta, governo federal avalia, com precisão, as condições do grampo que envolve a Presidência da República

Foto: Roberto Stuckert Filho/PR

A presidenta Dilma Rousseff condenou, durante cerimônia de posse dos novos ministros, nesta quinta-feira (17), o grampo e a divulgação de conversas entre ela e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na noite de quarta-feira (16), o juiz Sérgio Moro retirou o sigilo da investigação contra Lula e divulgou as conversas entre os dois.

Segundo a presidenta Dilma, o diálogo foi publicado com uma interpretação desvirtuada. “Ocultaram que o que nós fomos buscar no aeroporto era essa assinatura”, explicou, ao mostrar o termo de posse assinado apenas pelo ex-presidente. “Repudio total e integralmente todas as versões contra esse fato”, afirmou a presidenta.


De acordo com ela, o governo federal avalia, com precisão, as condições do grampo que envolve a Presidência da República.

“Queremos saber quem o autorizou, o que autorizou e porque foi divulgado quando ele não continha nada que possa levantar qualquer suspeita sobre seu caráter republicano.

“Interpretação desvirtuada. Processos equívocos. Investigações baseadas em grampos ilegais não favorecem a democracia nesse país. Quando isso acontece fica nítida a tentativa de ultrapassar o limite do estado democrático de direito”, criticou a presidenta.

A presidenta também condenou as pessoas que tentam “convencionar a sociedade brasileira em cima de inverdades, de práticas criticáveis, isso abre precedentes gravíssimos”. “Os golpes começam assim”.

“Há um brasil que luta contra a corrupção, que respeita os direitos individuais, das instituições democráticas. Esse brasil está comprometido com o crescimento e inclusão social. E esse Brasil conta com o meu trabalho e a minha determinação”, garantiu

Dilma cobrou que somente haverá Justiça com o respeito rigoroso da Constituição, com a presunção de inocência e o amplo direito de defesa de qualquer cidadão.

“O funcionamento eficiente da Justiça deve estar atentado na produção de provas sem ceder sua natural preponderância a outros instrumentos. Deve estar pautado pelo respeito as garantias constitucionais”, disse.

“Não há Justiça quando delações são tornadas públicas de forma seletiva para execração, quando leis são desrespeitadas. Não há justiça para os cidadãos quando as garantias constitucionais da própria Presidência da República são violadas”, condenou Dilma.

Para a presidenta, o Brasil não pode se tornar submisso a uma conjuração que invade as prerrogativas constitucionais da Presidência da República. “Não porque a Presidência da República seja diferente dos outros, mas porque se ferem prerrogativas da Presidência, o que farão com as prerrogativas dos cidadãos?”, questionou.

A presidenta deu posse, nesta quinta, aos novos ministros da Casa Civil, Luiz Inácio Lula da Silva; da Justiça, Eugênio Aragão; da Secretaria de Aviação Civil, Mauro Lopes e do Chefe de Gabinete Pessoal da Presidenta da República, Jaques Wagner.

Da Redação da Agência PT de Notícias

Tópicos:

LEIA TAMBÉM:

Mais notícias

PT Cast