Dilma se compromete com reforma agrária “qualificada”

Dirigentes do MST comemoram abertura de diálogo, mas criticam indicação de Kátia Abreu para a Agricultura

Dilma e o MST, no Palácio do Planalto: política para o campo e novas metas para a reforma agrária

Às vésperas de completar o primeiro mandato, a presidenta Dilma Rousseff recebeu, no Palácio do Planalto, um grupo de dirigentes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). O encontro, realizado nesta segunda-feira (15), serviu para governo e trabalhadores do campo voltarem a discutir os rumos da reforma agrária no Brasil.

Para a dirigente do MST Rosane Fernandes, o encontro foi importante para abrir o diálogo não só com a entidade, mas com todos os movimentos sociais.

“Saímos bastante animados desta audiência, mas sem expectativa de que apenas uma conversa vá resolver as questões que apresentamos”, disse Rosane, logo após a audiência. “As lutas do MST continuarão em 2015”, avisou.

Na reunião com Dilma, os dirigentes do MST também conversaram sobre a conjuntura e a pauta emergencial da questão agrária e política do Brasil. De acordo com Alexandre Conceição, integrante da direção nacional do MST, no primeiro mandato da presidenta, a questão da reforma agrária foi “aquém do esperado”.

“Apresentamos pauta que dialoga diretamente com a questão da terra, do desenvolvimento do território e da produção de alimentos na reforma agrária popular”, relatou, na saída do encontro.

O plano de metas apresentado pelo MST prevê o assentamento de 50 mil famílias por ano, naquilo classificado por Conceição como uma “reforma agrária qualificada”. Segundo ele, Dilma se comprometeu a discutir essas metas.

Kátia Abreu – Os dirigentes do MST não trataram do assunto com Dilma, mas Alexandre Conceição criticou a possível nomeação da senadora Kátia Abreu (PMDB-TO) para o Ministério da Agricultura.

“À imprensa, já colocamos que a nomeação de Kátia Abreu é uma simbologia muito ruim, porque ela representa o agronegócio, o atraso, o trabalho escravo e, no seu estado, a grilagem de terra”, disse, ao deixar o Palácio do Planalto. “Somos contra por questões políticas e ideológicas,” esclareceu.

Por Paula Zagotta, da Agência PT de Notícias

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