Edinho Silva: “Sem formação política não existe construção partidária”

Encontro Nacional define planos, metas e estratégias de fortalecimento interno do PT

Anderson Barbosa

Edinho Silva e dirigentes do PT participam de debate sobre formação política

O segundo dia do Encontro Nacional de Secretários e Secretárias Estaduais de Formação do PT, realizado nesta quarta-feira (29), na sede nacional do partido em Brasília, aprofundou o debate sobre o papel estratégico da formação política na consolidação do Partido dos Trabalhadores.

O evento, promovido pela Secretaria Nacional de Formação, em parceria com a Escola Nacional de Formação Política e a Fundação Perseu Abramo, reuniu dirigentes e representantes de 24 estados do país. A mesa da manhã, com o tema “O papel da formação política na estratégia do PT”, foi coordenada pela secretária nacional de Formação, Tássia Rabelo, e contou com as participações do presidente do PT, Edinho Silva, e de dirigentes nacionais como Rubens Jr. (PT-MA), vice-presidente do partido; Éden Valadares, secretário nacional de Comunicação; Henrique Fontana, secretário-geral; Lucinha Barbosa, secretária nacional de Movimentos Populares; e Misiara Oliveira, secretária-adjunta de Relações Internacionais.

Também participaram o presidente da Fundação Perseu Abramo, Paulo Okamoto, e a deputada Maria do Rosário (PT-RS), que comandou a Secretaria Nacional de Formação entre 2020 e 2025.

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“Sem formação não há construção partidária”

“A formação política é estratégica no projeto de construção partidária, sem formação política não existe construção partidária”, destacou Edinho Silva em sua fala.

O presidente do PT ressaltou que a formação é condição essencial para o fortalecimento das instâncias partidárias e da militância, observando que o partido tem investido na reorganização dos núcleos de base. “É importante, para ter uma presença mais efetiva na organização social […] Sem a formação política esse processo fica inacabado. Nós queremos que os nossos militantes tenham capacidade crítica, de reflexão e de formulação”.

Edinho insistiu também na importância de bases ativas e formadas. “Não pode ter partido forte com instância que não funcione, não pode ter partido forte com instâncias vazia, nós temos que entender que não existe organização partidária sem formação política. Não é possível, essa contradição não pode existir.”

Ele alertou ainda que o partido deve evitar uma militância movida apenas por disputas internas. “Não adianta nós organizarmos a nossa base se nós não dermos condições para o desenvolvimento do pensamento crítico para o pensamento de esquerda, porque senão nós teremos aquilo que nós não queremos: só filiados para participar de PED ou para fazer disputa interna”. Segundo ele, o PT quer filiados que “sejam efetivamente sujeitos políticos da construção partidária, da participação partidária”.

O dirigente também destacou a importância da formação política no enfrentamento de temas estruturais da sociedade brasileira, como segurança pública, transição energética, urgência climática e desenvolvimento econômico sustentável. Esse processo é fundamental “para que a gente possa colaborar na construção de um programa de governo do presidente Lula em 2026, um programa que dialogue com a realidade da sociedade brasileira”.

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Tática, estratégia e formação

O secretário nacional de Comunicação do PT, Éden Valadares, reforçou a necessidade de alinhamento entre as instâncias partidárias e a centralidade da formação na ação política. “Dentro do que esperamos do quarto mandato do presidente Lula, depois do sexto mandato do PT na presidência, a formação política terá papel estratégico”.

“Nós somos um partido de massa, mas não é a mobilização pela mobilização, não juntar gente por juntar gente e não é só ganhar a eleição. E pra gente ter um partido verdadeiramente transformador e revolucionário, a agenda da transformação política tem que estar alinhada com as secretarias”, completou.

A deputada Maria do Rosário definiu a formação política como “o coração pulsante da história e do futuro do PT, a síntese da luta da classe trabalhadora”. Ela defendeu a criação de uma pedagogia que sirva a todo o partido, acima das correntes internas, e lembrou a construção do projeto Nova Primavera, que estruturou uma rede permanente de educação política.

Em sua participação, o presidente da Fundação Perseu Abramo, Paulo Okamoto, resgatou sua trajetória de militância no ABC paulista ao lado de Lula e destacou o papel da formação na origem e na continuidade do PT. “A Fundação tem a capacidade de mobilizar gente, ela é muito levada em conta. E o que a gente tem dedicado a fazer lá é discutir os gargalos do partido, as dificuldades do partido. A Fundação tem se dedicado a produzir conhecimento”.

Okamoto concluiu reafirmando a vocação social do PT. “O mais importante é saber que a nossa causa é ajudar o povo brasileiro. E saber que o PT é apenas uma ferramenta, apenas um instrumento.”

O vice-presidente nacional do PT, Rubens Jr, o secretário-geral nacional, Henrique Fontana, a secretária nacional de Movimentos Populares, Lucinha Barbosa e a secretária-adjunta de Relações Internacionais, Misiara Oliveira, também destacaram a formação como eixo essencial da estrutura partidária.

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Conjuntura e Plano Nacional de Formação

Na segunda parte dos debates, a diretora financeira da Fundação Perseu Abramo e secretária-executiva do Foro de São Paulo, Mônica Valente, apresentou uma análise da conjuntura nacional e internacional, baseada na Resolução Política da Comissão Executiva Nacional do PT, aprovada em 20 de outubro.

Ela abordou as ameaças à democracia provocadas pelo avanço da extrema-direita na América Latina e as incertezas decorrentes da política dos Estados Unidos, além de citar experiências recentes vividas na China e na África.

À tarde, as atividades se concentraram na discussão do Plano Nacional de Formação Política, com debates, trabalhos em grupo e apresentação de encaminhamentos sobre a articulação do plano. Também foi feita a convocação do Coletivo Nacional de Formação e uma avaliação política do encontro.

Da Redação

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