PT dá início ao Encontro Nacional de Secretários e Secretárias Estaduais de Formação
Nesta terça (28), em Brasília, sede do partido recebeu secretários e formadores de todo país para alinhar diretrizes, compartilhar experiências e avançar na construção do Plano Nacional de Política 2026
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A Secretaria Nacional de Formação e Educação Política do Partido dos Trabalhadores (PT), em parceria com a Escola Nacional de Formação (ENFPT) e com a Fundação Perseu Abramo (FPA), deu início, nesta terça-feira (28), ao Encontro Nacional de Secretários e Secretárias Estaduais de Formação.
O evento, que ocorre na sede do PT, em Brasília, reúne dirigentes e formadores de todo o país para alinhar diretrizes, compartilhar experiências e avançar na construção do Plano Nacional de Política 2026 e na consolidação do Sistema Nacional de Formação enquanto eixo estratégico.
A secretária nacional de Formação e Educação Política e diretora da ENFPT, Tássia Rabelo, ficou encarregada de mediar os debates.
À tarde, foi apresentada a proposta inicial do Plano Nacional de Formação 2026 e as atividades e ferramentas de 2025. Em conjunto, os secretários e secretárias deliberaram rapidamente a respeito para chegarem a um entendimento comum.
Mais cedo, pela manhã, trouxeram contribuições ao encontro os seguintes quadros do partido: Valter Pomar, diretor de Cooperação Internacional da FPA; Taís Maciel, diretora da ENFPT; Alexandre Macedo, diretor da FPA e da ENFPT; e Osvaldir Freitas, diretor da ENFPT.
A história de formação do PT
Filiado desde 1985, Pomar foi o primeiro a falar, depois das considerações e das apresentações iniciais. Ele expôs breve histórico a respeito da formação do PT, cotejando-o em quatro períodos.
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“Tem o momento inicial, vai de 1980 a 1989. Tem o segundo momento, de oposição nossa ao neoliberalismo, que vai de 1990 a 2002. Tem o período dos governos Lula e Dilma, que vai de 2003 a 2014. E de 2015 a 2025 é o período atual, em que a gente passa a enfrentar duas direitas, passa a enfrentar o golpismo”, enumerou.
Na avaliação de Pomar, a formação política era, de fato, uma prioridade no primeiro período descrito por ele. No segundo, contudo, isso mudou, embora tenha sido quando foi criada a FPA. “O foco principal não era a formação de militantes, que iam se converter em intelectuais da classe trabalhadora”, pontuou.
“O terceiro período é de aprofundamento das dificuldades, dado agora pela nossa presença no governo federal, que sugou uma quantidade enorme de quadros. Que teve que incorporar quadros na gestão de governo que não faziam parte da tradição do PT e que, algumas vezes, foi muito boa, outras vezes, foi muito ruim”, completou Pomar.
Sobre o último período, o diretor da FPA destacou que não houve correções estruturais no Sistema Nacional de Formação. “Nesses quatro períodos, tem uma coisa em comum, que é a seguinte: a imensa maioria dos filiados petistas não é formada por nós […] Ela é formada individualmente pelo esforço que cada militante faz para se capacitar. Ela é formada nas lutas sociais ou nas lutas políticas, em geral”, comparou.
Ao fim, Pomar argumentou que o partido precisa consolidar uma visão própria e integral da sociedade brasileira. “Várias tradições da esquerda brasileira, da classe trabalhadora brasileira, vieram desembocar no PT. Mas se o partido não é capaz de formular sua própria visão, vira um ecletismo”, observou.
Sistema Nacional de Formação
Em seguida, foi a vez da diretora da ENFPT Taís Maciel, que falou sobre as estruturas e as instâncias do Sistema Nacional de Formação. Ela contou que, em 2021, na pandemia, o partido detectou um gargalo na articulação entre as diferentes secretarias de Formação.
“E a gente começou a entender um pouco isso, e provocamos, na verdade, o que a gente chamou da Primeira Conferência Nacional de Formação e Educação Política Partido dos Trabalhadores e Paulo Freire. Que aconteceu no ano de 2022 e não aconteceu só a nível nacional, aconteceu em processos municipais e estaduais”, relatou Maciel.
“Foi nessa conferência nacional, diante de tanto debate e discussão, que a gente pensou na criação desse sistema nacional de formação política do PT”, recordou.
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Alexandre Macedo, diretor da FPA e da ENFPT, tratou do papel das secretarias e dos coletivos estaduais. Ele apresentou aos presentes um vídeo institucional sobre o funcionamento do sistema AVA (Ambiente Virtual de Aprendizagem) contido no site da FPA, onde os filiados podem acessar conteúdos de formação.
“Nós temos no Brasil, ou teremos no Brasil, até o final do ano, 70 mil dirigentes. Então, só isso aí já é um grande desafio. Mas está muito aquém ao que a gente tem discutido”, disse, ao estimar as novas metas da Secretaria Nacional de Formação e Educação Política.
Programação de quarta-feira
Na quarta, o Encontro Nacional de Secretários e Secretárias Estaduais de Formação será retomado a partir das 8h30, com as presenças do presidente do PT, Edinho Silva; do presidente da FPA, Paulo Okamotto; da deputada federal Maria do Rosário (RS); do diretor de Formação Política da FPA, Jorge Bittar; da tesoureira da FPA e secretária-executiva do Foro de São Paulo, Mônica Valente; além de representantes da Executiva Nacional do partido.
O tema principal do dia foi definido como “O papel da formação política na estratégia do PT”.
Da Redação
