Eletrobras começa a demitir 300 trabalhadores neste início de ano

Redução no quadro da estatal em plena pandemia faz parte do plano de privatização elaborado pelo ministro Paulo Guedes. Sindicalistas alertam para o risco de apagão em estados como o Maranhão, já que a maioria dos demitidos está concentrada nas grandes subestações da Eletronorte

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A Eletrobras começa a demitir neste início de ano 300 trabalhadores e trabalhadoras dentro do seu plano de enxugamento da empresa que se prepara para ser privatizada, conforme planejamento do Ministério da Economia comandado pelo neoliberal Paulo Guedes.

A intenção da direção da estatal era iniciar essas demissões em janeiro do ano passado, mas foram adiadas para setembro após acordo no Tribunal Regional do Trabalho 10, quando também devido à pandemia do novo coronavírus o Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE) conseguiu, após um grande esforço, adiar mais uma vez o processo para dezembro de 2020.

A Eletrobras ainda pretendia demitir os trabalhadores com pagamento apenas dos direitos garantidos pela Justiça do Trabalho, mas concordou em pagar os mesmos direitos aos que aderiram ao Plano de Demissão Consensual (PDC) implementado pela empresa ,que prevê além de verbas rescisórias maiores, o uso do plano de saúde por mais tempo.

As demissões estão concentradas em sua maioria na Eletronorte e atinge as grandes subestações de 530 kV, no Maranhão, no Pará e em Rondônia a Subestação Coletora Porto Velho que leva a produção da geração do Complexo Hidrelétrico do Rio Madeira a Araraquara em São Paulo.

Nailor Gato, coordenador do CNE, afirma que a entidade corre contra o tempo para evitar que haja ainda mais injustiças para os trabalhadores que não aderiram ao PDC sejam desligados.

“Precisamos ficar atentos a essa lista de demissão, pois na Eletronorte, foram incluídos dirigentes sindicais, cipeiros e até trabalhadores com problemas de saúde. Até os trabalhadores que estiveram ajudando no restabelecimento do Sistema no Amapá a Eletronorte estão sendo demitidos,”, denuncia ele.

Entidades sindicais  também alertam que com as demissões as subestações da Eletronorte no Maranhão ficarão suscetíveis a possíveis falhas e podem
trazer sérios problemas e possível blecaute e desabastecimento elétrico ao estado, a exemplo do que ocorreu recentemente no Amapá.

As demissões atingem cinco das oito empresas que compõe o Sistema Eletrobras: Eletronorte, Chesf, Eletronuclear, Cepel e os trabalhadores da própria Holding no Rio, pois as outras três empresas, Furnas, CGTEletrosul e Amazonas G&T teriam cumprido as metas de adesão aos planos de demissões consensuais oferecidos pela estatal.

Antes do acordo para as demissões, a Eletrobras tinha em seus quadros um total de 13.600 trabalhadores e atualmente este número está em 12.500. Mesmo com a Eletrobras tendo obtido lucro de mais de 23 bilhões de reais nos anos de 2018 e 2019 e com a expectativa para 2020 de mais de 3 bilhões de lucro, o governo Bolsonaro coloca em prática a estratégia de enxugar a estatal para entregá-la de bandeja para o setor privado.

Da Redação com site da CUT

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