Em 2015, Dilma resistiu à pressão de políticos e tentou criminalizar caixa 2

Medidas encaminhadas ao Congresso, no entanto, foram tiradas de pauta pelo golpista Michel Temer para agradar seus parlamentares. Moro agora também se acovarda

Roberto Stuckert

Dilma apresentou pacote anticorrupção em 2015

A covardia de Sérgio Moro ao retirar a prática de caixa 2 do seu catastrófico pacote de Segurança Pública escancarou o estelionato eleitoral que levou Jair Bolsonaro ao poder – que enganou o povo ao prometer uma “nova maneira de fazer política”. Mas não só. Além de contrariar o que ele próprio dizia quando era juiz, a decisão do atual ministro da Justiça repete a afronta do golpista Michel Temer quando retirou a urgência do projeto anticrime apresentado por Dilma Rousseff um ano antes do golpe de 2016.

A decisão da então presidenta da República de dar uma resposta dura à sociedade no que diz respeito ao combate à corrupção era também o cumprimento do que havia prometido em campanha. Diferentemente do atual desgoverno, Dilma seguia à risca o plano pelo qual foi eleita e levou ao Congresso, em março de 2015, uma série de propostas para prevenir e combater práticas ilícitas como a prática de caixa 2. “O combate à corrupção e à impunidade é coerente com minha vida pessoal, com minha prática política, e é coerente com minha atuação como presidenta da República”, declarou na época.

A recepção positiva ao projeto foi imediata, mas a história mostrou o quão oportunistas e traidores podem ser políticos da estirpe de Michel Temer. No ano seguinte ao golpe, quando ainda “governava” o país de maneira interina (o que, de fato, nunca deixou de ser) o emedebista estava preocupado apenas em livrar a própria pele e atender aos interesses dos grupos que o ajudaram a chegar ao poder.

Com isso,  sob a justificativa de “poder discutir mais sobre o assunto”, Temer enterraria de vez o projeto que se propunha a entrar imediatamente em vigor. O assunto esfriou, o governo ilegítimo ganhou tempo e o resultado foi o esfacelamento do pacote apresentado por Dilma. Um ano depois, Temer voltaria a deixar claro para quem e para que governava ao enfraquecer a Controladoria Geral da União e comprometer drasticamente o combate à corrupção na esfera federal.

Em suma, Temer atendeu às pressões políticas e acabou com uma medida que poderia ter mudado o rumo da política no país e evitado crimes como os que envolvem a campanha eleitoral que elegeu Bolsonaro – as denúncias de caixa 2 estão cada dia mais graves.

Um juiz político. Desde sempre

Moro caminha para o mesmo desfecho de Temer ao desavergonhadamente provar que nunca foi o justiceiro que alguns ainda acreditavam ser. E provas não faltam para corroborar esta tese. Antes mesmo de ceder às pressões e passar pano para crimes de caixa 2, o ex-juiz já havia “perdoado” o atual ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, justamente por praticar o ato ilícito. Detalhe: o então parlamentar não nega ter cometido caixa 2. “Ele já admitiu o erro, pediu desculpas”, declarou Moro.

Da Redação da Agência PT de Notícias

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