Em ato no ABC, lideranças reafirmam: só liberdade de Lula pacificará o Brasil

Sindicato dos Metalúrgicos recebe representantes da esquerda do Brasil e do mundo para relembrar legado e reviver luta pelo ex-presidente no Dia Mundial dos Direitos Humanos

Ricardo Stuckert

Ato Internacional Lula Livre

Poucos dias depois de completar oito meses de cárcere político, Lula foi o mote e a inspiração para a realização na noite desta segunda-feira (10) de ato internacional no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo – justamente no dia em que a Declaração Universal dos Direitos Humanos chegou aos 70 anos, mais atual e urgente do que nunca.

Com a presença de lideranças políticas de diversos países da América Latina e Europa, além de representantes de movimentos sociais e da militância, o evento serviu para relembrar as principais conquistas de Lula para o Brasil e, mais do que nunca, manter e ampliar a luta pela sua liberdade.  “A defesa de Lula não é só a defesa de um homem. É a defesa de uma ideia. Por isso não haverá pacificação no Brasil enquanto ele estiver preso”, avaliou a presidenta do PT, senadora Gleisi Hoffmann.

Para Gleisi, reverenciar a imagem e a trajetória de Lula numa data histórica como o 10 de dezembro faz todo o sentido.  “São 70 anos de lutas, de avanço, de retrocessos, de avanço. Não tem símbolo mais forte dos avanços dos direitos humanos do que Lula. Não tem símbolo mais forte dos retrocessos dos mesmos direitos do que Lula diante do que estão fazendo com ele”, ilustrou.

Fernando Haddad, candidato do PT nas últimas eleições concorda com a opinião da presidenta do partido e complementa:  “É uma trágica ironia nós, no dia de hoje, comemoramos a Declaração Universal dos Direitos Humanos no mesmo dia em que foi diplomado como presidente Jair Bolsonaro. Isso só acontece porque nosso companheiro Lula foi impedido de disputar as eleições”.

Haddad recordou ainda do fato de que o mesmo organismo que criou a Declaração dos Direitos Humanos reconheceu o direito de Lula em ser candidato. “Pela equipe já anunciada não temos ninguém que se comprometa com as lutas do trabalhador, dos negros, dos indígenas. Vamos inaugurar o ano que vem uma agenda de luta. É nisso que nós estamos engajados. A bandeira da liberdade de Lula se encaixa neste contexto”, anunciou.

Em seguida, Haddad leu a carta enviada para o ex-presidente Lula ao evento. “Oito meses atrás eu estava aí no Sindicato dos Metalúrgicos, cercado pelo carinho e solidariedade de milhares de companheiros e companheiras que não se conformavam com minha prisão arbitrária e injusta. Quero dizer que continuo com vocês e todos os dias penso no futuro do nosso povo”, diz trecho da mensagem.

Ato Internacional Lula Livre

Presença internacional

Além das lideranças progressistas do Brasil, o ato também contou com diversos nomes da esquerda internacional.

O ex-ministro das Relações Exteriores do governo Cristina Kirchner, Jorge Taiana, levou a solidariedade do povo argentino ao evento. “Quero dizer a vocês que nunca se sintam sozinhos. Lula não está só. Os metalúrgicos não estão só. O povo brasileiro e da América Latina não estão só. Estes são momentos de estar juntos, de unidade e de solidariedade e da defesa dos direitos. Força a todos e Lula livre”, apontou.

Já o deputado do Partido Comunista de Portugal João Pimenta comparou a luta por Lula à luta pela própria democracia do Brasil:  “É muito emocionante estar aqui nesta casa histórica que teve e ainda tem papel importante na luta pela democracia. Trago a solidariedade dos comunistas portugueses. A luta do Brasil hoje é também a luta pela justiça e pela liberdade. Lula é povo e o povo é Lula”.

Também de Portugal, Isabel Moreira (Partido Socialista) usou sua fala para elogiar a campanha de Haddad e o que representa a imagem de Lula para o mundo. “Depois de uma campanha de 47 milhões de votos, Haddad disse: não tenham medo. Olhem para esta foto (apontando para a foto de Lula). Esta não é a foto de um homem vencido. É a foto de um homem vencedor. E quando um vencedor se torna um preso político todos nós somos presos com ele. Lula foi preso por quem nunca perdeu nenhum direito”, elogiou.

Nektarius Bougdanis, Relações Internacionais do Syriza da Grécia, lembrou de como se sentiu ao ver Lula eleito em 2003.  “Eu me lembro de 15 anos atrás ter ficado muito feliz com a eleição de Lula. E agora com ele preso nós não temos outra coisa a dizer se não Lula Livre. Na Grécia, ainda temos fascistas, monarcas, entre outros , que querem voltar ao poder. Nós contivemos este avanço e chegamos ao poder. E agora dizemos a eles: não passarão”, concluiu.

Ato Internacional por Lula Livre em São Bernardo do Campo

Por Henrique Nunes da Agência PT de Notícias

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