Em entrevista, Haddad fala sobre prisão de Lula, democracia e eleições

Ex-prefeito de São Paulo falou com o El País nesta sexta-feira (18)

Joka Madruga

O ex-prefeito de São Paulo e ex-ministro da Educação Fernando Haddad concedeu uma longa entrevista ao El País nesta sexta-feira (18). O candidato do PT nas últimas eleições falou sobre a posição do PT na América Latina, o pleito de 2018, o escândalo do WhatsApp, democracia e sobre a oposição feita pelo Partido dos Trabalhadores.

Leia trechos da entrevista:

Lula

“Vamos supor que tivesse acontecido o seguinte cenário: acharam uma conta em dólares do Lula e da Marisa num paraíso fiscal. Se fosse algo assim, “tá aqui”. Se tivessem apresentado uma prova que tivesse convencido o partido de que realmente houve uma falha, um crime, e que sendo ele cidadão brasileiro teria que responder por aquilo, acho que nós teríamos lamentado, mas teríamos seguido adiante. Mas não foi o que aconteceu. Eu me envolvi pessoalmente com o processo do tríplex e lhe asseguro: ele não se sustenta. Não há prova cabal, como aconteceu com os outros que estão presos. Com eles está lá: conta no exterior, dinheiro na mala, diálogo gravado…”

Democracia

“Se você tem um conceito estrito, tanques de guerra na rua, alguém está armado te ameaçando… Nesse conceito de democracia a ameaça pode estar mais distante. Mas se você entende democracia enquanto ambiente onde são cultivados certos valores, inclusive de proteção às minorias, sem dúvida, neste conceito, a democracia está ameaçada. Os indígenas estão se sentindo ameaçados, a comunidade LGBTQ, os professores e líderes de movimentos sociais também, porque podem ser considerados terroristas a qualquer momento pelo presidente. A oposição está se sentindo ameaçada, porque ele anunciou que ela terá dois caminhos, a cadeia ou o exílio. Este conceito que eu acredito de democracia, sim, está ameaçado. As instituições tem que funcionar com um propósito, de fazer as pessoas se sentirem seguras independente do que pensam, de sua orientação sexual.”

Campanha de Bolsonaro

“Fala-se do WhatsApp, mas na verdade essa ferramenta foi acompanhada de três expedientes ilegais [por parte da campanha de Bolsonaro]: o primeiro foi turbinar o aplicativo com caixa 2. O segundo foi usar cadastro de terceiros. E o último foi caluniar os opositores com mentiras. De que eu era dono de Ferrari, tinha relógio de 500.000 reais, que eu era a favor do incesto… Então foram três ilegalidades cometidas.”

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Da Redação da Agência PT de notícias, com informações do El País

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