Em reunião do PT, Anne Moura defende organização dos movimentos populares

Secretária de Mulheres do PT falou no “Painel sobre a Conjuntura Nacional e Internacional”, que marcou a abertura da Reunião Nacional da Secretaria de Movimentos Populares, programada para os dias 27, 28 e 29 de junho

Reprodução/vídeo

"Precisamos ter um partido atualizado para essa quadra histórica que a gente está vivendo e olhando também para o futuro", afirmou Anne Moura

A secretária Nacional de Mulheres do PT, Anne Moura, participou  na tarde desta terça-feira (27) do “Painel sobre a Conjuntura Nacional e Internacional”, que integra a programação da Reunião Nacional da Secretaria Nacional de Movimentos Populares e Políticas Setoriais. O encontro ocorre no Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores, em Brasília, entre os dias 27 e 29 de junho.

Anne fez uma retrospectiva sobre a importância das secretarias temáticas, das setoriais do PT e dos movimentos sociais para a sustentação do governo do presidente Lula. Ela também destacou a importância da paridade e de o partido manter a sua verve vanguardista na defesa dos direitos das mulheres, além de lembrar da proximidade da Marcha das Margaridas, que vai ocorrer em agosto, em Brasília.

“Quero fazer uma reflexão bem profunda do ponto de vista desse lugar que ocupo hoje. Eu quero começar falando do lugar onde a gente se encontrou, do processo eleitoral e da mobilização. Eu considero as secretarias setoriais como um todo uma porta importante de mobilização para o resultado eleitoral do presidente Lula“, testemunhou Anne.

“Porque somos nós, secretarias e setoriais, que fazemos o processo de articulação. Essa interlocução com os movimentos sociais é tão importante para o nosso partido. Portanto, é fundamental vocês estarem aqui nesse processo de planejamento, pensando a partir do resultado eleitoral”, afirmou. 

A secretária também destacou como essencial a tarefa de quem não está no governo: “Eu considero uma tarefa muito importante [a tarefa] de quem foi para o governo, mas quem não foi também tem uma tarefa tão importante quanto. Afinal de contas, governos também passam, e a gente precisa, quem está do lado de fora, ajudar a governar da nossa forma. Isso é muito importante para a gente refletir sobre o nosso papel”, pontuou.

Anne relembrou  também que mesmo derrotado nas urnas, o bolsonarismo ainda mantém seus ideais bem vivos em parte da sociedade brasileira: “Ganhar eleição não significa que a gente derrotou tudo aquilo que os últimos quatro anos de retrocesso colocaram para fora como o racismo, a misoginia, o ódio a pessoas LGBTQIA+, o ataque à própria Amazônia, e o desmonte de vários direitos de trabalhadores e trabalhadoras.”

Ela defende que agora é o momento de a militância estar mais ativa na defesa dos direitos sociais e disputar ideias: “Não é suficiente ganhar o processo eleitoral e dizer que está resolvido. Pelo contrário. Acho que agora a nossa tarefa é ainda maior porque nós conseguimos a partir desse resultado eleitoral identificar onde a disputa foi mais acirrada, onde temos mais dificuldades, o que está em jogo de disputa na base”, alertou.

“Eu acho que nós não conseguimos derrotar o fascismo. Ele existe e continuam funcionando e trabalhando. Você vê o reflexo na eleição da Câmara dos Deputados, nas assembleias também. Não é um resultado confortável.”

Fortalecer instâncias internas para apoiar o governo federal

Anne também debateu o papel das secretarias e das setoriais no fortalecimento do PT na sustentação do governo: “Temos vivido um outro momento na direção do PT, principalmente de ressignificar qual é o papel das secretarias e dos setoriais. E eu acho que a gente precisa continuar nessa pisada. Nós temos um caminho longo para tratar e é só [com] a nossa construção coletiva, fortalecendo a secretaria de movimentos populares, que a gente terá voz naquilo que nós entendemos que tem um impacto na ponta, porque é a gente que acaba lidando todos os dias”.

Anne ainda provocou a todos que é importante o partido manter uma atualização constante sobre temas como combate ao racismo, ao machismo e à LGBTfobia: “Eu ouso dizer que nós estamos vivendo uma quadra histórica. Ninguém esperava que nós voltássemos a governar esse país, mas precisamos pensar o agora olhando para o futuro”. advertiu.

“Quem não estiver atento está completamente errado, e aí o João Pedro fez uma provocação e eu vou deixar para vocês essa provocação: eu tenho defendido que o PT faça esse F5 de atualização sobre a forma de se organizar e acho que nós, secretarias e setoriais, temos muito a contribuir sobre esse modelo de organização”, defendeu Moura.

“A gente não quer acabar com tudo, não é essa a perspectiva, mas aperfeiçoar seja do ponto de vista da formação, da cultura de se olhar, de ter um partido anti-racista, sem misoginia, sem machismo, anti-capitalista, sem preconceitos e respeitando as pessoas LGBTQIA+. Precisamos ter um partido atualizado para essa quadra histórica que a gente está vivendo e olhando também para o futuro para que a gente não só governar o país, mas que o reflexo do governo nacional se transforme em estruturas também para que a gente possa também governar nos estados e municípios”, ressaltou.

Por fim, a amazônida pediu respeito às mulheres: “Nós somos metade desse partido, paridade, não acho que tem que ser na obrigatoriedade nem na “porradaria”, mas no respeito de toda diversidade que nós temos. Nós somos vanguarda, o PT é vanguarda nesse processo de organização. Nós temos muito o que contribuir e contem com a Secretaria Nacional de Mulheres do PT”, encerrou Anne.

Da Redação Elas por Elas

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