Encontro do Foro de São Paulo termina com moção de apoio a Lula

Evento realizado na Nicarágua terminou nesta quarta-feira com moção contra o golpe de Estado no Brasil e em defesa do presidente Lula

Débora Baldin

Fechamento do 23º Encontro do Foro de São Paulo

O 23º Encontro do Foro de São Paulo, realizado na capital da Nicarágua, Manágua, terminou nesta quarta-feira (19). Na tarde de terça, foi realizado um ato de fechamento que homenageou o comandante Fidel Castro e foi lida uma resolução de rechaço ao golpe de estado no Brasil e de apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Nesta quarta, também ocorreu uma celebração pelos 28 anos de aniversário da Revolução Popular Sandinista e um encontro das delegações com o atual presidente da Nicarágua, José Daniel Ortega Saavedra.

No documento divulgado, os delegados e delegadas presentes no encontro reiteram que Lula é alvo de uma perseguição política e que a sentença do juiz Sérgio Moro é política, pois não havia provas que a sustentassem. Eles ainda defendem que eleições sem Lula são fraude.

Confira a íntegra da Resolução de rechaço ao golpe de estado no Brasil e de apoio ao ex-presidente Lula:

“Passado um ano do golpe de estado no Brasil, está cada vez mais evidente que assumiu o governo um bando a serviço dos interesses econômicos e políticos da elite brasileira e da burguesia internacional.

É ainda um golpe contínuo e agora se explicitou juridicamente a perseguição política e midiática que vem sofrendo o companheiro Luiz Inácio Lula da Silva há vários anos. Lula recém foi condenado em primeira instância a uma pena de nove anos por supostamente ter recebido um apartamento como presente de uma empresa de construção.

Trata-se de uma de cinco ações que pesam contra ele, mas a condenação se fundamenta somente nas delações de empresários e assessores detidos que negociaram sua redução de pena em troca de acusa-lo e não em provas, como define o Código Penal brasileiro. O mais absurdo da condenação é que o apartamento pertence a um banco e não à empresa que, por tanto, jamais poderia o haver presenteado a qualquer pessoa.

Esta calúnia e injustiça tem o objetivo de impedir Lula de tornar-se candidato a presidente do Brasil nas eleições de 2018, pois basta que uma segunda instância judicial confirme a sentença para que seja proibido de concorrer. Além de sua inocência, uma eleição sem sua participação é uma fraude a democracia, e os delgados e delegados deste 23º Encontro do Foro de São Paulo rechaçam a judicialização da política brasileira.

Um golpe contra um é um golpe contra todos e estamos ao lado de Lula, de seu partido e de seus aliados em defesa da democracia e contra o retrocesso econômico, social e político agora vigente no Brasil”.

Da Redação da Agência PT de Notícias

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