Entidades mundiais rechaçam Bolsonaro por discurso na ONU

Declarações de entidades e ONGs, como Greenpeace e WWF Brasil, destacaram vexame de Jair Bolsonaro, principalmente em relação à preservação ambiental

Alan Santos/PR

O discurso agressivo e mentiroso de Bolsonaro na Assembleia-Geral da ONU na última terça-feira (24) praticamente transformou o Brasil em um pária mundial. As críticas principais vieram de ambientalistas e até da Anistia Internacional, já que Bolsonaro mentiu sobre a situação da Amazônia e anunciou que não existirão mais demarcações de terras para indígenas no país.

O posicionamento de Jair foi contra o que esperava a comunidade internacional. O país era visto como conciliador no caso da diplomacia e da defesa do meio ambiente. Agora, o Brasil está com a imagem manchada por conta dos ataques de Bolsonaro.

Segundo reportagem do UOL, Marcio Astrini, coordenador de Políticas Públicas do Greenpeace, afirmou que a fala de Bolsonaro sobre o meio ambiente “foi uma farsa”. “Bolsonaro tentou convencer o mundo que protege a Amazônia, quando, na verdade, promove o desmonte da área socioambiental, negocia terras indígenas com mineradoras estrangeiras e enfraquece o combate ao crime florestal. Sob sua gestão, as queimadas, o desmatamento e a violência aumentaram de forma escandalosa. Para a floresta e seus povos, Bolsonaro é um problema, não a solução”, disse.

Já a WWF Brasil publicou uma nota em que criticou o discurso. “Ele acentuou o divisionismo e a polarização, apontando inimigos imaginários e deixando de reconhecer problemas urgentes do Brasil, bem como sua responsabilidade, como presidente, para solucioná-los”.

Ainda segundo a ONG de preservação ambiental, Bolsonaro “não demonstrou nenhuma preocupação com a questão ambiental ou climática, não mencionou o Acordo de Paris, reiterou que não acredita na ciência e não se comprometeu em dedicar esforços para reduzir desmatamento ou emissões”.

A diretora-executiva da Anistia Internacional Brasil, Jurema Werneck, também manifestou sua opinião crítica sobre o discurso. “O presidente negou abertamente os dados e fatos que mostram o nível assustador da devastação da Amazônia e outros biomas do país, atacou uma liderança indígena abertamente – o cacique Raoni, um defensor de seus direitos e dos direitos dos seus povos -, e responsabilizou as populações tradicionais pelas queimadas dos biomas no país”.

A rede Observatório do Clima chamou o discurso de Jair de “ecocídio”, afirmando que ele envergonhou o Brasil ao “abdicar a tradicional liderança do país na área ambiental em nome de sua ideologia”, além de acusar os indígenas e povos originários de colocarem fogo na Amazônia de propósito.

Da Redação da Agência PT de Notícias com informações do UOL

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