Estudante de escola ocupada em SP denuncia violência física e psicológica da PM

“Eles só vão parar e começar a obedecer as leis que eles mesmos impõem quando algum aluno morrer?”, questiona aluno

São Paulo - Estudantes da Escola Estadual Diadema faz protesto contra a reorganização escolar que será implantada em janeiro de 2016 pela Secretaria de Educação (Rovena Rosa/Agência Brasil)

Estudante da Escola Gavião Peixoto, em Perus, L* ocupa a unidade de ensino junto com os seus amigos há 12 dias. 

Mesmo ocupando a unidade escolar como forma de resistência à desorganização de Alckmin e usando o espaço com oficinas de teatro e aulas públicas, os alunos têm sido violentados por policias que rodam o local à paisana.

Em entrevista ao portal Linha Direta, L relatou que os jovens estão sendo oprimidos psicologicamente e fisicamente. 

De acordo com ele, policiais da Polícia Militar e da Força Tática ficam observando-os do lado de fora, todos sem a farda, e aproveitam quando os alunos saem pra fora, seguindo eles até conseguirem um lugar menos movimentado para a opressão não ter testemunhas. “Enquadram a gente como se fosse uma blitz normal, leva para um lugar escuro ou para um lugar que não tem muita pessoa e começa a agredir a gente, chamando a gente de vagabundo, de maconheiro, sem futuro, chamando de noia e tentando nos fazer infringir, colocando entorpecentes no nosso bolso, falando que estamos consumindo drogas nas ocupações”, relata.

L narra, na entrevista, que no último final de semana foi vítima da repressão, quando foi levado, com mais 2 outros alunos, para uma delegacia que não possui câmeras. Lá, foi levado para um quarto escuro sofreu todo tipo de violência.

Para evitar que outros alunos sofram esse tipo de violência, L pede para os estudantes manterem bastante atenção nos arredores das escolas e, sobretudo, saírem das ocupações em, no mínimo, 3 pessoas.

“A gente está fazendo toda essa ocupação, não pelo fato `somos vagabundos`, mas pra melhorar, reivindicar nossos direitos de educação dentro das escolas, por melhoria de ensino para nosso Estado, para nossos professores serem valorizados e tudo mais”, relata.

O aluno diz que independente da violência sofrida, as ocupações serão mantidas. “Nós não vamos sair da ocupação. Quanto mais eles oprimem, mais a gente ocupa”, frisa. 

Segundo ele, para uma escola fechada por Alckmin, duas novas são ocupadas.

“Se eles estão agredindo um de nós hoje, ele pode agredir outro de outras escolas. Eles só vão parar e começar a obedecer as leis que eles mesmos impõem quando algum aluno morrer?”, questiona L.

Do Linha Direta

PT Cast