Frente Parlamentar em Defesa da Indústria Naval vai atuar pela retomada do setor

Deputado federal Alexandre Lindenmeyer (PT-RS), presidente da Frente Mista que será lançada nesta terça-feira (4), falou ao ‘Jornal PT Brasil’

Câmara dos Deputados

Lindenmeyer: defesa do desenvolvimento da indústria naval como política de Estado

O Congresso Nacional lança, nesta terça-feira (4), a Frente Parlamentar Mista em Defesa da Indústria Naval Brasileira, que vai discutir propostas e apoiar iniciativas públicas e privadas que contribuam para o desenvolvimento e expansão do setor. O presidente do colegiado, deputado federal Alexandre Lindenmeyer (PT-RS), afirmou, em entrevista ao Jornal PT Brasil, que o principal objetivo será retomar o crescimento dessa indústria, iniciado nos dois primeiros governos do presidente Lula.

“Dentro dessa Frente nós estaríamos tratando de uma análise sistemática da legislação vigente, o que precisa ser aprimorado, para que nós possamos não só criar uma política de governo, mas construirmos uma política de Estado, considerando que este país, que tem mais de 8 mil quilômetros de costa, um país continental, que tem bacias hídricas extraordinárias, que permite a navegação”, disse Lindenmeyer, que é autor do requerimento de criação da frente parlamentar.

Segundo ele, a ideia é construir, no Brasil, uma indústria naval que se torne perene, assim como ocorre em outros países, como Coreia, Japão, Canadá, Noruega, Estados Unidos, entre outros.

O deputado disse estar otimista com os resultados da atuação da frente parlamentar, em razão da participação de deputados e senadores dos mais variados estados, o que confere representatividade. “Isso gera um certo otimismo de que a gente possa, dentro do parlamento, dar uma contribuição de aprimoramento da legislação brasileira, defendendo o interesse nacional”, afirmou Lindenmeyer, acrescentando que entidades de trabalhadores e do setor empresarial serão convidadas para as discussões no Congresso.

Durante a entrevista, ele lembrou que, durante a campanha presidencial de 2002, Lula enfatizou a retomada da indústria naval como fonte geradora de emprego e renda, com agregação de tecnologia nacional. Segundo o deputado, “dentro de uma visão de que o Brasil precisava construir muitos equipamentos, muitas plataformas e navios, e poderíamos construir no Brasil, e não fora do Brasil”.

O parlamentar ressaltou que, após a posse de Lula, em 2003, houve um grande salto na indústria naval brasileira. “Nós tínhamos em torno de 3 mil postos de trabalho, chegamos a mais de 80 mil postos de trabalho diretos no setor naval, com a construção de estaleiros, agregando tecnologia nacional, distribuindo riquezas em todos os fornecedores de bens, em efeito cascata”, frisou.

Porém, disse Lindenmeyer, esse processo foi revertido após o golpe contra a presidenta Dilma Rousseff, com os governos Michel Temer e Jair Bolsonaro.

“Nós tivemos, com a derrubada, com o golpe imposto à presidenta Dilma, uma retração significativa da empregabilidade nesse setor, a criminalização dos estaleiros nacionais, inclusive, colocados em uma lista por conta da Lava Jato, e aí eu abro uma consideração: se considerassem alguma situação de irregularidade, que punissem o CPF e não o CNPJ, e o que foi feito, no Brasil, foi o enxugamento desse setor, exportando emprego para outros lugares do mundo”, declarou Lindenmeyer.

Segundo ele, é “o contrário do que se faz em outros tantos países que têm nessa indústria uma fonte geradora de impulsionamento de emprego, renda, agregando tecnologia nacional, assim por diante”, em nome da “soberania nacional”.

Da Redação

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