Gilberto Carvalho: O que Lula falava sobre Moro e Deltan está acontecendo

Em entrevista ao Sul21, ex-ministro dos governos petistas revela a percepção do ex-presidente sobre as denúncias contra o ex-juiz e enfatiza: “O castelo começou a ruir”

Luiza Castro/Sul21

Ex-ministro Gilberto Carvalho

Em Porto Alegre para participar de debate sobre os rumos da esquerda no Brasil, o ex-ministro Gilberto Carvalho disse na noite desta quinta-feira (27), em entrevista ao Sul21, que ex-presidente Lula está alegre e ficou revitalizado com as revelações feitas pelo site The Intercept Brasil a respeito das relações entre o ex-juiz e agora ministro Sérgio Moro e o procurador Deltan Dallagnol.

“Começa a acontecer com o Lula um fenômeno de uma alegria imensa de perceber que tudo aquilo que ele dizia, dizia e dizia e ninguém dava bola está acontecendo”, diz.

Carvalho, que é um dos petistas mais próximos do ex-presidente, destaca que as lideranças do partido ficaram tristas com a decisão do Supremo Tribunal Federal de, na última terça-feira (25), não conceder habeas corpus a Lula. No entanto, ele avalia que é possível perceber uma mudança de cenário na sociedade e no próprio Supremo que devem resultar na liberdade do ex-presidente.

“O Moro hoje, para mim, é como se fosse uma estátua que está profundamente trincada. Eles vão fazer de tudo para impedir que ela rache, que ela vire pó, porque ele é o garantidor da eleição”, afirma. “Eu não tenho dúvida nenhuma de que o castelo começou a cair e não há mais o que segure. Só que é necessário um certo tempo”.

No entanto, o ex-ministro diz que a liberdade de Lula não significará a imediata restauração da imagem do partido, que, segundo ele, ainda terá uma difícil tarefa de reconexão com as bases e de enfrentamento de um ambiente cultural que foi gradativamente ocupado por setores conservadores da sociedade, como as igrejas evangélicas.

“A nossa luta vai ter que levar em conta uma grande capacidade de diálogo com o povo, de voltar a conversar com o povo, numa sociedade que se modificou. Não é a sociedade de 80, não é a classe operária de 80, não é a juventude de 80, é a juventude pós toda a revolução tecnológica, nas mídias sociais e nas formas de comunicação”, diz.

Leia a entrevista completa aqui

Por Sul21

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