Governadora do Piauí é vítima de racismo religioso
Regina Sousa foi chamada de “Tia da Macumba” no grupo de WhatsApp composto por mais de 250 advogados (OAB-PI)
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Após aprovar o Dia dos Sacerdotes de Religiões de Matriz Africana, a governadora do Piauí, Regina Sousa, foi vítima de racismo religioso no grupo virtual WhatsApp, composto por mais de 250 advogados (OAB-PI), no início desse mês (4).
O autor do ataque é o advogado Ralisson Amorim Santiago, que compartilhou o link de uma matéria referindo a instituição do Dia dos Sacerdotes de Religiões de Matriz Africana, junto ao comentário racista, “Tia da macumba”.
Um dos componentes do racismo estrutural no Brasil é a demonização e o estereótipo das pessoas que cultuam as religiões de matrizes africana.
Além disso, os ataques às pessoas que cultuam as religiões de matrizes africanas, são também ataques à cultura do povo preto- que sempre sofreu processos de exclusão, perseguição e discriminação no país .
Não é a primeira vez que a governadora foi vítima de racismo religioso. A agressão verbal aconteceu em abril deste ano, quando ao menos de 24h no maior cargo de autoridade do Piauí, ela foi novamente vítima de racismo religioso por parte do Prefeito de Parnaíba, Mão Santa.
Outro episódio foi no ano de 2016, então senadora durante o processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff, foi alvo de comentário racista do apresentador Danilo Gentilli.
Diante desses casos recorrentes à governadora e por todas as pessoas que não são impedidas de exercerem a sua liberdade de cultuar suas religiões, a Secretária Nacional de Mulheres do PT, Anne Moura, se solidariza com a companheira, e reafirma que luta diuturnamente contra a quaisquer tipos de práticas racistas.
Importante enfatizar, que tanto o racismo como a intolerância religiosa são crimes previstos pela legislação brasileira. A governadora Regina Sousa já acionou a assessoria jurídica para tomar medidas cabíveis contra o advogado.
Dandara Maria Barbosa, Agência Todas